Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Alerta sobre o racismo: Rio de Janeiro enfrenta série de casos seguidos que expõem a gravidade do problema

sexta-feira, 16 de junho de 2023, 12h30

Nas últimas duas semanas, quatro casos de racismo no Rio de Janeiro chamaram a atenção da mídia e da sociedade, mostrando a triste realidade de que práticas racistas ainda são comuns no país. A polícia tem trabalhado na investigação dos crimes, mas é fundamental a conscientização e ação de todos para que o cenário mude.

 

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2022 foram registrados 322 casos de preconceito por raça, cor, etnia, religião, procedência nacional ou homofobia no Rio, um aumento de 92% em relação a 2021. A maior parte das vítimas são mulheres (51%) e quase 65% são pretas ou pardas.

 

Por que os casos de racismo estão aumentando?


O babalawô Ivanir dos Santos, professor do programa de pós-graduação em História Comparada da UFRJ, explica que o aumento nos registros se deve, em grande parte, à reação maior das pessoas atingidas pelo racismo. Antigamente, muitas vítimas optavam por ficar caladas, mas, atualmente, há uma maior disposição para denunciar e expor os casos de discriminação.

 

Quais foram os casos recentes de racismo no Rio?


Entre os casos recentes está o de uma jovem negra de 20 anos que sofreu racismo científico por parte de sua ginecologista, Helena Malzac Franco, na Zona Sul do Rio. A médica fez considerações sobre o odor na genitália da paciente relacionadas à cor e pelos da vítima. O caso gerou grande repercussão e a médica foi denunciada pelo Ministério Público.

 

Outro caso ocorreu com o segurança Lucas Rodrigues Neves, do restaurante Babbo Osteria, em Ipanema. Ele afirma ter sido vítima de ataques racistas por parte de Aloísio Augusto da Costa e seu filho, por causa de um banco colocado em frente ao prédio do agressor. Registros de ocorrência foram feitos e está sendo investigado pela polícia.

 

Qual a importância da denúncia e da conscientização?


A empacotadora Talita do Nascimento Ramos, de 31 anos, passou por uma situação de racismo durante seu expediente no supermercado Mundial da Rua Siqueira Campos, em Copacabana. Após ser ofendida, ela não hesitou em denunciar o caso e afirma que a denúncia é fundamental para que as coisas mudem na sociedade.

 

As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves também foram denunciadas e estão sendo investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), por publicarem vídeos humilhando crianças e uma mulher negra, em uma prática de racismo recreativo.

 

Esses casos recentes mostram a importância de denunciar e combater o racismo de forma ativa. É fundamental que as vítimas se sintam seguras e apoiadas para buscar justiça e que a sociedade reflita sobre o papel de cada um nessa luta. Apenas assim será possível construir um mundo mais igualitário e livre de discriminação.

 

 

 

Fonte: Canal Ciências Criminais


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