UNICEF: 18 adolescentes e jovens brasileiros vão para a COP30, a convite do UNICEF
quinta-feira, 06 de novembro de 2025, 12h16
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) levará 18 adolescentes e jovens de seis estados do Brasil para participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém, no Pará. A iniciativa busca fortalecer a voz da juventude nas discussões globais sobre o enfrentamento da crise climática.
O grupo, que reúne representantes do Amazonas, Bahia, Pará, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro, é composto por jovens indígenas, quilombolas, ribeirinhos, moradores de ilhas e de periferias de grandes centros, todos envolvidos na pauta ambiental.
Os adolescentes e jovens escolhidos participam ou participaram de uma série de ações do UNICEF em prol da mitigação dos impactos das climáticas, na iniciativa #EntreNoClimaUNICEF. Além disso, são integrantes dos Núcleos de Cidadania de Adolescentes (NUCAs) ou fazem parte do Conselho Jovem e de demais ações apoiadas pelo UNICEF, como o curso de Formação em Jovens Lideranças Climáticas, que contou com uma pré-seleção de 50 participantes de todo o Brasil. Durante a Conferência, eles e elas participarão de painéis, atividades paralelas e encontros com lideranças nacionais e internacionais, levando ao centro das discussões as experiências e desafios vividos em suas comunidades.
“A presença desses 18 adolescentes e jovens brasileiros na COP30 é um lembrete poderoso de que enfrentar a crise climática exige ouvir quem já vive seus impactos todos os dias. São meninas e meninos que trazem suas experiências, ideias e soluções para o centro das decisões. O UNICEF acredita que fortalecer as vozes das adolescências e juventudes é essencial para construir respostas justas e realistas às mudanças climáticas”, afirma Luiza Leitão, Oficial de Participação e Desenvolvimento de Adolescentes do UNICEF no Brasil.
Para Maria Isabel Liberato, 17 anos, de Picuí (PB), a COP30 representa o ponto alto de todo o ativismo climático que vem realizando há anos em sua comunidade, e ela espera muito desta edição da Conferência. “Que sejamos ouvidos e possamos construir soluções em conjunto. Que as autoridades escutem mais as infâncias, adolescências e juventudes, e que sejamos considerados de fato nas políticas climáticas. Além disso, que haja uma atenção especial às crianças e adolescentes de comunidades tradicionais e originárias. Somos parte do futuro de que tanto falam, mas também somos o presente”, comenta a adolescente.
Juventude na COP30
Aliana Cristina Nogueira, 16 anos – Ananindeua (PA)
Integrante do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA), atua em ações voltadas ao meio ambiente e aos direitos de adolescentes em sua comunidade.
Catarina Lorenzo, 18 anos – Salvador (BA)
Jovem Ativista do UNICEF Brasil, atua diretamente na mobilização social e na incidência em políticas públicas locais, contribuindo para iniciativas de preservação e ampliação de áreas verdes e florestais. **Convidada pelo Instituto Alana e credenciada pelo UNICEF.
Daise Bitencourt da Silva, 16 anos – Abaetetuba (PA)
Integrante do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA) e ativista em meio ambiente e mudanças climáticas, mobilizando adolescentes para proteger seus territórios.
Elison Hugo Coelho Sousa, 14 anos – Marituba (PA)
Integrante do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA), defende pautas ambientais e os direitos humanos, com foco na proteção das novas gerações.
Francisco de Assis Araújo Neto, 21 anos – Pesqueira (PE)
Jovem indígena do povo Xukuru do Ororubá, ativista pelos direitos dos povos indígenas por meio do audiovisual.
Heloisa Oliveira de Assis Paschoal, 19 anos – Rio de Janeiro (RJ)
Ativista climática, educadora social e comunicadora pelos direitos de crianças e adolescentes.
Isabele Cristina Gomes Taite, 19 anos – Tefé (AM)
Jovem indígena do povo Kambeba, ativista pela saúde indígena, meio ambiente e pelos direitos das mulheres, crianças, jovens e pessoas LGBTQIA+.
Jhulie Hellen Alves Ferreira, 18 anos – Barcarena (PA)
Integrante do NUCA, engajada em ações sobre justiça climática, com foco nos impactos do calor extremo nas escolas.
João Pedro Barboza de Pádua da Silva, 19 anos – Tacaratu (PE)
Jovem indígena do povo Pankararu, integrante do NUCA e defensor dos direitos dos povos indígenas e do meio ambiente.
João Pereira (João do Clima), 16 anos – Belém (PA), Ilha de Caratateua
Conselheiro jovem do UNICEF e voluntário da COJOVEM; ativista em mudanças climáticas e direitos das comunidades insulares amazônicas.
Luana Cardoso Ferreira (Luh), 18 anos – Tailândia (PA)
Integrante do NUCA e ativista pelos direitos de adolescentes, com foco no protagonismo juvenil.
Maria Eduarda Silva, 22 anos – Bonito (PE)
Jovem negra e ativista por justiça climática, equidade de gênero, igualdade étnico-racial e saúde mental. Representou o Brasil na COP27 (Egito), esteve na COP28 (Dubai) e é Jovem Ativista do UNICEF Brasil.
Maria Isabel Liberato, 17 anos – Picuí (PB)
Quilombola, ativista dos direitos de crianças e adolescentes e da pauta ambiental, com ações de mobilização comunitária. É integrante do Conselho Jovem do UNICEF Brasil e do NUCA de Picuí.
Marlon Cohen Marçal, 17 anos – Moju (PA)
Integrante do NUCA e do Comitê de Participação de Adolescentes do CEDCA-PA, atua na defesa de políticas públicas para crianças e adolescentes.
Quesia Rego Goes, 15 anos – Belém (PA), Ilha de Cotijuba
Integrante do Conselho Jovem do UNICEF, do projeto Meninas Cidadãs e do Movimento de Mulheres das Ilhas; luta pelos direitos de jovens ribeirinhos e insulares.
Solange Sampaio dos Santos, 20 anos – Benevides (PA)
Secretária do Núcleo Jovem Benevidense, uma rede que mobiliza mais de 300 jovens para participar de políticas públicas locais.
Tainara Kambeba, 21 anos – Manaus (AM)
Jovem indígena do povo Kambeba, ativista pela Amazônia e contra o desmatamento. É Jovem Ativista do UNICEF Brasil.
Vitória Thauana da Silva Maciel, 15 anos – Moju (PA)
Integrante do NUCA, já participou de ações ambientais como recuperação de igarapés, limpeza de áreas degradadas e projetos de energia renovável nas escolas.
Durante a COP30, o UNICEF reforçará o apelo para que os países se comprometam com políticas e investimentos que considerem os impactos da crise ambiental sobre a infância e a adolescência, incluindo ações como promover a educação climática nas escolas, garantir a proteção social para famílias afetadas por desastres, promover a participação efetiva de crianças, adolescentes e jovens nos espaços de decisão, e alocar recursos em adaptação que protejam serviços essenciais para a vida de meninos e meninas, como escolas, unidades de saúde, áreas de lazer e estrutura de saneamento.
A presença do grupo de adolescentes e jovens na Conferência integra a agenda do UNICEF para promover justiça climática e ajudar a reconhecer que os efeitos da crise climática já comprometem direitos fundamentais das gerações atuais e do futuro.
FONTE: UNICEF