MPMG: Primeiro registro de queijo "Cabacinha" é de produtor atendido pelo projeto Queijo Minas Legal, declara MP-Procon de Minas Gerais

José Alves dos Santos, do município de Joaíma, entrou para a história de Minas Gerais ao se tornar o primeiro produtor a conquistar o registro de inspeção sanitária para comercializar o Queijo Artesanal Cabacinha do Vale do Jequitinhonha. Inspirado no caciocavallo, tradicional queijo italiano, o queijo Cabacinha é produzido de forma artesanal, utilizando leite cru, coalho e soro-fermento lácteo.

A massa é pré-cozida e moldada à mão no formato de uma cabaça — fruto típico da cabaceira. A entrega oficial do certificado aconteceu durante o Festival do Queijo Artesanal de Minas, realizado entre os dias 12 e 14 de junho, no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte.

 “É com orgulho institucional que o Procon-MG, órgão integrante do Ministério Público de Minas Gerais, celebra esta grande conquista para os produtores artesanais do nosso estado. A história do produtor José Alves, produtor mineiro reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade dos seus queijos, merece reflexão e admiração.

Durante anos, José Aldo enfrentou uma grande contradição, embora seus produtos fossem premiados em diversas partes do Brasil, inclusive recebendo reconhecimento de especialistas franceses, não podia comercializá-los em sua própria terra, Minas Gerais. Hoje, graças ao trabalho conjunto, ao incentivo à certificação e à regulamentação cuidadosa promovida com a participação do Projeto Queijo Minas Legal, essa realidade mudou”, afirma o promotor de Justiça e coordenador do Procon-MG, Luiz Roberto Franca Lima. 

Minas Gerais é responsável por 40% da produção nacional de queijos. Em média, no estado, são produzidas 31,4 mil toneladas de queijos artesanais por ano, em um total de 8.370 agroindústrias familiares. “Pela primeira vez, o tradicional Queijo Cabacinha está presente nesta importante Feira do Queijo Artesanal de Minas e nos mercados de minas.

Esse marco simboliza muito mais do que a abertura de mercados. Ele representa um compromisso institucional com a valorização da cultura mineira, com o fortalecimento da economia local e com a defesa dos direitos dos consumidores de adquirir produtos artesanais seguros e autênticos”, ressalta Luiz Roberto.  

O Projeto Queijo Minas Legal foi lançado em 2022 com o objetivo de auxiliar pequenos produtores a expandir sua atuação no mercado consumidor por meio da regularização das queijarias. Até agora 94 queijarias já foram regularizadas por meio do PQML. Em março deste ano, o projeto deu início a uma nova etapa, que viabilizou análises gratuitas de amostras de queijo e água para 652 produtores. Ao todo, o MPMG investiu R$ 2,8 milhões.  

“É uma grande satisfação para o Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (FEPDC e Procon-MG), ter contribuído para o fortalecimento da cadeia produtiva do queijo artesanal em nosso estado. Com o projeto Minas Queijo Legal, apoiamos a regularização de 94 queijarias artesanais, podendo chegar a 200, promovendo mais segurança alimentar para o consumidor, estimulando a geração de empregos e impulsionando o desenvolvimento econômico regional.

Esperamos que essa exitosa parceria entre o Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor- FEPDC, a EMATER, IMA e EPAMIG possa se expandir para novas frentes, sempre com o objetivo de devolver à sociedade o trabalho que o MPMG realiza na defesa dos direitos do consumidor”, afirma o promotor de Justiça e presidente do FEPDC, Glauber Tatagiba.  

As análises gratuitas foram fundamentais para que José Alves conseguisse regularizar sua produção. “O projeto Queijo Minas Legal me ajudou muito. Recebi consultoria do pessoal da Emater e, na fase final da regularização, a análise da água foi custeada pelo Ministério Público. A gente fica muito feliz em participar. Essa vitória não é só minha, é de todos os produtores do Vale do Jequitinhonha”, celebra o produtor. 

“O Procon-MG sente-se profundamente honrado em contribuir com essa trajetória de sucesso, que beneficia não apenas o produtor José Alves, mas todos os mineiros que valorizam suas tradições e sua história”, conclui o promotor de Justiça e coordenador do Procon-MG, Luiz Roberto Franca Lima. 

Fonte: MPMG