Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIREITOS HUMANOS

Comissão aprova isenção de encargos da União para comunidades tradicionais

por Tiago Miranda

terça-feira, 24 de junho de 2025, 11h39

Audiência Pública - Dificuldade de acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequado da obesidade. Dep. Meire Serafim (UNIÃO - AC)
Meire Serafim recomendou a aprovação do texto com modificações. Vinicius Loures/Câmara dos Deputados.
 

A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que dispensa pessoas de comunidades ribeirinhas tradicionais e de pescadores do pagamento de encargos patrimoniais, como foro, laudêmio e taxa de ocupação sobre imóveis da União que ocupam. A isenção independe da renda familiar. Esses encargos são cobrados de imóveis da União, especialmente em orla marítima, margens de rios e terrenos públicos ocupados por particulares.

 

Pela proposta, são consideradas tradicionais as comunidades que se reconhecem como tal, têm organização social própria e dependem do uso de territórios e recursos naturais para manter seus modos de vida, cultura, fé, ancestralidade e economia, com base em saberes transmitidos por gerações.

 

Atualmente, a isenção é válida apenas para pessoas carentes ou de baixa renda, segundo o Decreto-lei 1.876/81, que atualizou as normas de isenção de foro, taxas e laudêmios.

 

A proposta permite à União delegar a estados e municípios a comprovação da tradicionalidade.

 

O texto aprovado é um substitutivo da deputada Meire Serafim (União-AC) ao Projeto de Lei 3223/24, do deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP). O texto original não conceituava o que era uma comunidade tradicional.

 

Segundo Serafim, a vinculação da isenção à renda pode punir justamente aquelas comunidades que, com práticas tradicionais sustentáveis, conseguem melhorar suas condições de vida. "A proposta busca garantir que esse avanço social e econômico não resulte na perda de direitos e benefícios", disse.

 

 

Próximos passos


A proposta ainda será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

 

 

 

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Rachel Librelon


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