Você sabia que o racismo pode se manifestar de diferentes formas?
segunda-feira, 23 de junho de 2025, 14h15
Além das ofensas e/ou atitudes isoladas, o racismo é um fenômeno complexo, estrutural e sistêmico, que assume diferentes faces na vida social, institucional, cultural e ambiental. Conhecer essas formas é o primeiro passo para combater a desigualdade racial de forma efetiva.
Confira os principais tipos de racismo abordados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela literatura especializada:
Racismo estrutural - É o racismo naturalizado nas estruturas da sociedade. Não se trata de um desvio, mas do modo “normal” como funcionam as instituições e as relações sociais, políticas, econômicas e jurídicas, que mantêm privilégios e reproduzem desigualdades históricas.
Racismo institucional - Ocorre quando práticas e políticas de instituições públicas ou privadas resultam, direta ou indiretamente, na exclusão de pessoas racializadas. Está presente na forma como se criam obstáculos à permanência e à ascensão de pessoas negras em espaços de poder.
Racismo recreativo - Utiliza o humor e o entretenimento como forma de reproduzir estereótipos e inferiorizar pessoas negras. Piadas, memes, personagens caricatos e narrativas desumanizantes alimentam esse tipo de racismo velado.
Racismo cultural - Desvaloriza culturas não ocidentais, especialmente as africanas e indígenas, tratando seus símbolos, práticas e saberes como inferiores. É o que justifica a exclusão de religiosidades, vestimentas e expressões artísticas negras ou indígenas.
Racismo religioso - Discrimina e marginaliza religiões de matriz africana e seus praticantes, como Candomblé e Umbanda. Muitas vezes é reforçado por práticas legais seletivas, como a criminalização de rituais ou a interpretação preconceituosa de leis penais.
Racismo ambiental - Ocorre quando comunidades racializadas, como quilombolas, indígenas e periferias urbanas, são desproporcionalmente impactadas por políticas ambientais excludentes, desastres ou pela ausência de serviços básicos. Seus territórios são frequentemente ignorados ou explorados para fins econômicos predatórios.
O documento orienta magistrados(as) e servidores(as) a considerarem os marcadores raciais na análise de processos, reconhecendo que o racismo opera de forma estrutural e impacta diretamente o acesso à justiça e os direitos das pessoas negras e racializadas.
Fonte: https://www.tjmt.jus.br/noticias/2025/6/voce-sabia-que-o-racismo-pode-se-manifestar-diferentes-formas (adaptado).