Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

GI. Polícia Civil e Ministério Público do Rio investigam lar para idosos em Itaguaí

segunda-feira, 05 de fevereiro de 2024, 13h39

Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ) investigam uma denúncia de maus-tratos em um abrigo de idosos de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Parentes denunciam que os abrigados tomam banho frio, não se alimentam corretamente e são agredidos. A instituição, que é privada, nega as acusações.

 

Nas redes sociais, o abrigo Lar Melhor Idade é descrito como "um espaço acolhedor" que trata os idosos "com respeito", que busca "dar qualidade de vida" e tem "espaço de leitura" e uma "equipe multidisciplinar."

 

As fotos mostram piscinas, parquinho, camas limpas e organizadas. Tudo isso por R$ 1.500 mensais. Mas, após denúncias de familiares, o local passou a ser investigado.

 

A descoberta aconteceu após a filha de um idoso de 72 anos visitá-lo. A mulher fez imagens dos idosos na área externa do abrigo. Alguns deles estavam com os pés descalços no chão frio. Outros com meias velhas. A grama não é cortada há meses.

 

Além disso, dentro da casa, cadeiras higiênicas sujas e enferrujadas estavam amontoadas. Um dos assentos estava preso por um pedaço de pano.

 

Banheiro sem luz e banho gelado

 

As paredes do local têm muita infiltração. Além disso, um dos banheiros estava sem luz.

 

"Não tem luz no banheiro. Vocês não conseguem usar o banheiro à noite, né?", pergunta a mulher para um idoso, que responde: "Eu venho fazer xixi no escuro. Ou faço na fralda."

 

A idosa conta que o banho é gelado e de mangueira.

 

A idosa disse ainda que, na hora do banho, homens e mulheres ficam juntos e pelados. Ainda de acordo com quem vive no local também há falta de comida.

 

As denúncias chegaram à Polícia Civil e ao Ministério Público. Depois da denúncia, agentes da 50ª DP (Itaguaí) estiveram no local, ouviram os idosos e fizeram uma perícia na casa de repouso. Os responsáveis pelo espação serão intimados para prestar depoimento.

 

A filha de um paciente afirma que o pai foi vítima de agressão física.

 

Abrigo reabriu com outro nome

 

O Lar Melhor Idade chegou a ser interditado pela prefeitura da cidade após denúncias de irregularidades, mas continuou funcionando com novo nome e razão social. O nome "Lar Melhor Idade" tem menos de 20 dias.

 

Segundo o registro da empresa, entre abril e dezembro, o local era chamado de Lar Noah, mas mudou depois das denúncias.

 

Por telefone, Érica Assis, psicóloga e responsável pelo local, desmentiu as denúncias e fez acusações contra a filha do idoso que denunciou as más condições.

 

A Comissão de Direitos Humanos da OAB, que também recebeu a denúncia, cobra rapidez na investigação. Para os representantes do órgão, o local se assemelha a um manicômio e que é preciso agilidade na apuração das supostas irregularidades.

 

A Polícia Civil disse que está aguardando o resultado da perícia, e que as vítimas já foram ouvidas e fizeram exame de corpo de delito.

 

A Prefeitura de Itaguaí diz que interditou o abrigo no ano passado pelas más condições de higiene, pela alimentação precária dos idosos e por ter uma estrutura física não compatível com a quantidade de idosos acolhidos. E que, desde então, vem monitorando o abrigo para fazer as adequações necessárias.

 

O Ministério Público não se posicionou.

 

 

Fonte: G1


topo