Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DPEMT: Visita à Defensoria inspira adolescentes em medidas socioeducativas a refletirem sobre saúde mental, direitos e futuro

quinta-feira, 18 de setembro de 2025, 18h30

Um grupo de 10 meninas que cumprem medidas socioeducativas, em Cuiabá, participou de uma visita guiada ao prédio dos Núcleos Cíveis Integrados da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT), para conhecer a Instituição que promove a defesa delas nos processos judiciais, serem ouvidas e conversarem sobre saúde mental, direitos e deveres. A programação faz parte da Semana da Saúde Mental, organizada por órgãos autônomos e Poderes, com eventos de 15 a 19 de setembro.

 

Durante o encontro, elas puderam ouvir sobre saúde mental e desenvolvimento pleno, segundo o que define o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A analista psicóloga da DPEMT, Danielly Mendes, explicou para as adolescentes que o estatuto não restringe saúde mental a atendimentos psicológicos, mas que a condição envolve também acesso a direitos básicos como saúde, educação, lazer, trabalho e dignidade. A psicóloga integrou o grupo que recepcionou as adolescentes no órgão.

 

“A experiência foi muito valiosa por permitir ouvi-las e verificar que elas compreendem melhor hoje, o momento que vivem, do que na época que cometeram as infrações. Elas querem conhecer seus direitos e ter a chance de fazer algo com isso”, disse a psicóloga. 

 

A defensora pública Fernanda Cícero recebeu as visitantes no setor de Acolhimento, explicou sobre as funções da Defensoria Pública e compartilhou parte de sua trajetória pessoal e profissional como forma de inspirar e dar perspectiva de futuro para as visitantes. 

 

“Apresentamos para as meninas o funcionamento do prédio, o setor do Acolhimento e nossa vivência como defensora. O mais importante nesses encontros e possibilitar a abertura de horizontes, para que percebam que podem estudar, trabalhar e buscar uma vida melhor.

Compartilhei com elas um pouco da minha trajetória, porque acredito que exemplos reais podem incentivar outras pessoas a acreditarem em si mesmas. Minha vida foi marcada por muitos desafios. Perdi meu pai aos dois anos, vítima de latrocínio, minha mãe aos 19 e venho de origem humilde, sempre morei em comunidade e estudei em escolas públicas”, relatou a defensora.

 

Fernanda ainda informou que desde os 14 anos trabalhou como menor aprendiz e, aos 18, passou em seu primeiro concurso. “Em 2007 realizei o maior sonho, me tornei defensora pública e tudo isso me ensinou que, com esforço e determinação, é possível transformar a própria história”, relatou.

 

O defensor público que atua com atos infracionais na 2ª Vara da Infância e Adolescência, em Cuiabá, Alysson Ourives, destacou que as adolescentes puderam conhecer a Defensoria de uma forma diferente. “Elas só nos conheciam como defensores atuando em seus processos. Hoje, tiveram contato com a Instituição como um todo, puderam se abrir e perguntar sobre seus direitos e deveres. Foi uma experiência muito rica e fiquei feliz demais.” 

 

 

FONTE: DPEMT


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