CNJ: Primeira turma de adolescentes e jovens aprendizes iniciam atuação no CNJ
quarta-feira, 17 de setembro de 2025, 17h52
Dez alunos da rede pública do Distrito Federal iniciaram na terça-feira (16/9) a ambientação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como parte do Programa Adolescente-Jovem Aprendiz. A iniciativa oferece oportunidade a adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade de aprender uma profissão, ao mesmo tempo em que permanecem matriculados na rede regular de ensino.
As boas-vindas ao CNJ foram dadas pelo presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. “Sejam muito bem-vindos ao mundo do trabalho, mas não deixem de estudar! Aproveitem essa oportunidade para conhecerem a si mesmos e descobrirem o melhor que podem ser”, disse.
O programa foi lançado em agosto de 2025 e é fruto da parceria entre o CNJ e o Centro Salesiano do Menor (Cesam), conforme Portaria CNJ n. 55/2025. Os alunos selecionados pertencem a famílias beneficiárias de programas socioassistenciais, residentes principalmente em cidades-satélites do Distrito Federal.
Ao conhecer os alunos que formam a primeira turma a ingressar no Programa Adolescente-Jovem Aprendiz em parceria com o CNJ, o ministro Barroso comentou sobre a fase de transição dos estudantes para o mundo do trabalho, enfatizando a importância de fazer escolhas de carreira alinhadas com os próprios interesses, assim como a valorização do desenvolvimento pessoal acima da competição.
“Buscar ser o melhor que podemos ser nos leva mais longe do que querer ser melhor do que o outro. Quem quer ser melhor do que os outros está olhando para o lado. Mas quem busca melhorar a si mesmo está olhando para frente”, orientou o presidente do CNJ. A abertura da ambientação dos alunos no Conselho contou com a participação do conselheiro do CNJ Guilherme Feliciano, além de integrantes da alta administração do CNJ.
A ambientação dos alunos foi conduzida pela chefe da Seção de Qualidade de Vida no Trabalho e Atenção Psicossocial (SEQVT), Meg Gomes. “Trazer o programa Adolescente-Jovem Aprendiz para o CNJ é um passo importante para a inclusão social e a formação de uma nova geração de profissionais qualificados”, afirmou.
De acordo com a articuladora social do Cesam-DF, Elaine Itacarambi, essa iniciativa capacita adolescentes e jovens, inserindo-os no mercado de trabalho por meio de um programa de aprendizagem. “Os aprendizes recebem uma bolsa, que se torna uma importante fonte de renda para suas famílias, contribuindo para despesas como aluguel, alimentação, água e luz”, disse.
Expectativas
Laiane Gomes, 16 anos, é aluna da rede pública distrital, matriculada no 2.º ano de um Centro de Ensino Médio em Samambaia. A estudante, que sonha fazer faculdade de Direito, acredita que sua participação no programa Adolescente-Jovem Aprendiz do CNJ a conduzirá a um futuro promissor.
“Lá em Samambaia, moramos apenas a minha mãe e eu. Sei dos sacrifícios que ela fez para me criar. Portanto, pretendo aproveitar ao máximo essa oportunidade para aprender o que puder e conquistar uma carreira de sucesso. Assim, poderei retribuir tudo o que minha mãe me deu nessa vida”, contou.
Matriculada no Centro Educacional da Samambaia, a estudante Hilary Estefani Pereira, 16 anos, está feliz por integrar primeiro grupo de alunos da rede pública do DF a fazer parte do programa Adolescente-Jovem Aprendiz do CNJ. “Vou me dedicar bastante e sei que essa experiência vai abrir novas portas para que eu possa seguir a carreira que eu quero. Pretendo ser Policial Federal e dar uma vida melhor para os meus pais”, disse.
Jovem Aprendiz
Além de conhecimentos práticos, o programa promove habilidades comportamentais essenciais para a vida profissional, como responsabilidade, disciplina e assiduidade. A jornada será realizada de segunda a quinta-feira, das 14h às 18h, nas dependências do CNJ, com aulas complementares no Cesam às sextas-feiras. A duração total será de 24 meses.