TJDFT: Metrópoles publica artigo de juíza do TJDFT sobre a adultização de meninas

Em artigo publicado na coluna Juris do site Metrópoles, nessa terça-feira, 19/8, a juíza Fabriziane Zapata, coordenadora da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica do TJDFT (CMVD/TJDFT) e titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Riacho Fundo, lança um alerta contundente sobre a adultização de meninas — uma forma silenciosa e devastadora de violência que precisa ser enfrentada com urgência. Confira a íntegra do artigo na coluna Juris. 

Durante o Agosto Lilás, mês de conscientização sobre a violência contra a mulher, ganha destaque um tema urgente e muitas vezes negligenciado: a adultização de meninas. Trata-se da exposição precoce de crianças — especialmente meninas — a comportamentos, imagens e expectativas próprias da vida adulta, com ênfase na erotização e na valorização excessiva da aparência. 

Essa prática compromete o desenvolvimento emocional e psicológico da criança, reforça estereótipos de gênero e alimenta uma lógica de consumo e objetificação que naturaliza a violência contra mulheres. Em casos graves, pode desencadear transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. 

Em seu artigo, a juíza Fabriziane Zapata alerta que essa forma de violência é uma das portas de entrada mais insidiosas para o ciclo de abusos que atravessa gerações. Meninas negras, em especial, são atingidas com maior intensidade devido ao racismo estrutural. 

Segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 37,4% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, muitas vezes na presença de filhos. Isso revela um ambiente familiar que pode ser inseguro e propício à perpetuação da violência.

Enfrentar esse ciclo exige ação coordenada entre família, sociedade e Estado, com foco na criação de ambientes seguros e no reconhecimento da criança como sujeito de direitos. Proteger a infância é proteger o futuro das mulheres.

FONTE: TJDFT