TJBA: MITOS E VERDADES SOBRE A EXPLORAÇÃO INFANTIL; SAIBA MAIS E DENUNCIE
sexta-feira, 28 de maio de 2021, 11h56

Cerca de 85% a 90% dos agressores sexuais de crianças e adolescentes são pessoas próximas, sendo que 30% são os pais e 60% conhecidos da vítima e de sua família. Esses dados são da cartilha “Abuso Sexual contra crianças e adolescentes – abordagem de casos concretos em uma perspectiva multidisciplinar e interinstitucional”, disponibilizada pelo Governo Federal.
Diante desses números alarmantes, o Poder Judiciário da Bahia (PJBA) divulga mitos e verdades sobre o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. O Coordenador da Infância e Juventude do PJBA, Desembargador Salomão Resedá, ressalta que esses casos tiveram um grande aumento devido ao isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Esse viés da nossa vida cotidiana tem se agravado na pandemia. Porque as pessoas ficam mais próximas, ficam mais em casa e esse status, ele é, na maioria das vezes, um convite para exploração sexual de criança e adolescente; em especial entre vizinhos e parentes”, afirma o Magistrado.
De acordo com a cartilha, é falsa a informação de que o abuso sexual entre crianças e adolescentes é algo raro. Este fenômeno é um dos mais comuns, três a quatro meninas são vítimas de alguma modalidade sexual, e um a cada seis meninos também sofre essa violência até completar 18 anos.
Ainda conforme o documento, é mito que crianças e adolescentes abusados sexualmente esquecerão a experiência sofrida. “Basta não tocar no assunto. O tempo cura todos os males”. A verdade é que crianças e adolescentes que foram vitimizados sexualmente devem receber uma ajuda terapêutica.
O Desembargador Salomão Resedá também fala sobre a temática. “A criança hoje agredida, amanhã, será uma ofensora. Porque tudo que acontece com ela, fica gravado na sua mente e quando ela tem condições de revide, ela revida contra a sociedade”, relata o Desembargador.
Muitas pessoas afirmam que, quando a vítima não esboça resistência, não existe abuso sexual. Isso é mito. A criança ou adolescente nunca deve ser culpabilizado. A reação da vítima depende do método usado pelo agressor.
Fique atento aos sinais
Dor física ou emocional, bem como espancamento, queimaduras, insultos e humilhações são um dos pontos que o agressor utiliza para se satisfazer sexualmente ou atrair a vítima.
Outro ponto utilizado são as ameaças. Essas, geralmente, são feitas contra a pessoa da vítima ou alguém que ela ama.
Se você conhece ou já presenciou algum caso de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes, denuncie através do Disque 100, não precisa se identificar. Sua denúncia pode salvar vidas e amenizar traumas.
O PJBA promove a campanha Abuso Sexual Infantil Existe e é Crime! Estão sendo postadas matérias no site e cards nas redes sociais, além de áudios na Rádio Web TJBA, abordando o assunto e destacando como denunciar.
fonte: TJBA