Justiça do Amapá promove círculos restaurativos com jovens em acolhimento institucional
quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, 14h38
Post publicado:17 de dezembro de 2025

Foto: Jean Gabriel
Com o objetivo de promover um espaço de diálogo, escuta qualificada e orientação a jovens acolhidos na Casa Abrigo Marluza Araújo, o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), por meio do Juizado da Infância e Juventude – Área Cível e Administrativa, sob a titularidade da Juíza Stella Ramos, e do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania da Zona Norte (Cejusc Zona Norte), realizou, na manhã de terça-feira (16/12), uma roda de conversa com práticas de círculos restaurativos. A iniciativa buscou fortalecer vínculos e contribuir para o desenvolvimento pessoal e social dos adolescentes.
O encontro reuniu nove jovens no Centro Público de Convivência da Pessoa Idosa, localizado ao lado da Casa Abrigo, e contou com o apoio de mediadores judiciais. O momento foi marcado não apenas por depoimentos e reflexões, mas também por atividades lúdicas, que estimularam a participação e a interação dos adolescentes.
Durante a roda de conversa, foram abordados temas como família, relação com os pais, escola, gostos, sonhos, os motivos do acolhimento institucional e as possibilidades de mudança da realidade vivenciada.
A secretária do programa PopRuaJud, Euzinete Bentes, destacou a importância da iniciativa. “A pedido da Juíza Stella Ramos, iniciamos as atividades com uma roda de conversa para buscar a reflexão conjunta sobre as circunstâncias que levaram esses adolescentes ao abrigo e a participação deles nesse processo. Podem ser conflitos internos, familiares e/ou sociais”, pontuou.
Euzinete Bentes também ressaltou a atuação dos mediadores judiciais e a integração do trabalho com o Juizado da Infância. “Convidamos mediadores judiciais, todos formados pelo TJAP e devidamente cadastrados no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). São profissionais que compreendem a dinâmica dos conflitos e utilizam técnicas adequadas, com tranquilidade e sensibilidade”, explicou.
Para o coordenador da Casa Abrigo Marluza Araújo, Thiago Neves, a parceria com o Poder Judiciário em ações de socialização demonstra a preocupação com o futuro desses jovens, que podem retornar à família de origem, à família extensa (formada por parentes próximos como avós, tios, tias e primos) ou ainda serem encaminhados para família substituta, por meio da adoção.
“Com esses círculos restaurativos, conseguimos compreender melhor o processo que eles vivem. São adolescentes de 12 a 18 anos incompletos que, por diversos motivos, chegaram ao abrigo, como situações de abuso, exposição a entorpecentes, abandono ou vivência nas ruas. São muitas histórias distintas, mas o importante é ajudá-los a compreender sua trajetória e identificar, juntos, de que forma podemos apoiá-los no dia a dia”, destacou.