Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Novo método contra os gases PFAS pode ajudar no combate a problemas ambientais

por Redação USP

quinta-feira, 10 de julho de 2025, 14h00

Gases são persistentes no ambiente e no corpo humano – Foto: jwvein/Pixabay

 

 

Em março deste ano, cientistas da Universidade de Oxford desenvolveram um método capaz de reter e destruir cadeias de gases per e polifluoroalquil, também conhecidos como PFAS. A partir de estudos, essas substâncias têm sido ligadas a problemas ambientais e de saúde humana.

 

Os PFAS são gases compostos de carbono e flúor e, devido a suas fortes ligações, são difíceis de degradar. Atualmente, esses compostos são utilizados na indústria para a produção de produtos antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas. Fábio Rodrigues, professor do Instituto de Química (IQ) da USP, conta que as características físico-químicas desses gases permitem a estabilidade das cadeias. “O flúor é o elemento mais eletronegativo da tabela periódica, ou seja, o que atrai mais elétrons. Isso faz com que a ligação dele com o carbono seja muito forte, o que confere à cadeia estabilidade, seja de temperatura, reação ou radiação. Existem estudos que mostram que esses gases podem acumular-se por mais de mil anos.”

 

Os impactos

 

Por serem pouco degradáveis, os PFAS estão presentes em todos os ambientes. Eles têm sido veiculados a diversos problemas no meio ambiente. Nos mares e oceanos, por exemplo, devido ao seu acúmulo, os gases podem alterar o ciclo do carbono e, consequentemente, contribuir para a elevação do efeito estufa, além de provocar a proliferação de fitoplânctons e zooplânctons. “Hoje existem estudos que mostram os danos dos gases PFAS a diversos animais. Por exemplo, pinguins na Antártica, mesmo não havendo indústria na região, são afetados pelo acúmulo dessas substâncias”, afirma o professor.

 

Além dos impactos ambientais, as cadeias podem estar relacionadas a causas de diversas doenças nos seres humanos. Segundo estudo da Agency for Toxic Substances and Disease Registry, a concentração de gases PFAS nas pessoas pode gerar um aumento nos níveis de colesterol no sangue e contribuir para o aparecimento de câncer nos rins e testículos. Assim, fica clara a necessidade de desenvolvimento de projetos e métodos para solucionar o problema.

 

O método

 

O equipamento desenvolvido pela Universidade Oxford baseia-se em uma reação dos gases com fosfato de potássio no estado sólido. Essa reação desencadeia a captura e destruição dessas substâncias, além de permitir a reutilização do fluorato da cadeia na indústria. Essa reciclagem é importante para a criação de uma economia circular de flúor e para auxiliar na indústria fluorquímica, haja vista que a principal fonte dessa área, o espatoflúor, está em crise devido à mineração excessiva.

 

Dessa forma, o docente ressalta o papel da pesquisa acadêmica na descoberta de soluções práticas para problemas ambientais e de saúde. “A pesquisa, seja ela acadêmica, industrial, em qualquer área que seja, é extremamente importante para identificar os problemas enfrentados e descobrir possíveis novas vias para solucionar esses problemas, para substituir esses compostos.”

 

Fonte: https://jornal.usp.br/radio-usp/novo-metodo-contra-os-gases-pfas-pode-ajudar-no-combate-a-problemas-ambientais/


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