Fórum Intersetorial debate avaliação do Plano Municipal e inclusão
por ANA LUÍZA ANACHE
terça-feira, 29 de outubro de 2019, 12h54
Os integrantes do Fórum Intersetorial de Acompanhamento do Plano Nacional de Educação assistiram à apresentação da avaliação do Plano Municipal de Educação de Cuiabá, conheceram o panorama de atendimento da educação inclusiva e discutiram a terceirização dos cuidadores de alunos com deficiência, na tarde de quinta-feira (24), em reunião realizada na sede das Promotorias de Justiça de Cuiabá. Após as exposições, os participantes debateram os temas e as necessidades de aperfeiçoamento.
Idealizador da inciativa, o promotor de Justiça Miguel Slhessarenko Junior explica que o Fórum foi implantado em fevereiro deste ano, que essa foi a quarta reunião, e que, por escolha do grupo, foram definidas cinco metas prioritárias para companhamento do Plano Nacional de Educação. São elas: universalização da educação infantil, educação inclusiva, alfabetização das crianças até o 3º ano do ensino fundamental, qualidade da educação básica e educação de jovens e adultos.
Além do Ministério Público de Mato Grosso e do poder público estadual e municipal, o Fórum é constituído por associações, sindicatos e representantes da sociedade civil. “Nosso foco é garantir transparência, engajamento e o controle social, estimulando o envolvimento com a temática dos planos estadual e municipal de educação e uma construção conjunta”, contou o promotor de Justiça.
Ainda segundo Miguel Slhessarenko, a pretensão é, até o final deste ano, fechar todo o material de avaliação e convocar uma audiência pública. “Vamos apresentar à sociedade essas avaliações, garantindo assim a transparência e o controle social, que é o objetivo principal desse fórum de acompanhamento do Plano Nacional de Educação”, reforçou.
Plano Municipal - A diretora-geral de Gestão Educacional do município, Mabel Strobel, expôs os objetivos, indicadores e metas do Plano Municipal de Educação, bem como as intervenções necessárias para que se chegue a um resultado adequado e de melhorias para a educação. “O principal desafio na atualidade é educação infantil, o atendimento para crianças de zero a três anos de idade. Ainda é preciso construir unidades de educação infantil e creches, e a Secretaria vem trabalhando nesse sentido”, disse, acrescentando que outro ponto que merece destaque é a educação de jovens e adultos. “Conseguimos cumprir aquilo que foi planejado para atender a educação de jovens e adultos em termos de quantidade de alunos na escola. Mas, além disso, identificamos mediante prova que a educação de jovens e adultos tem um ensino de qualidade”, enfatizou.
Educação inclusiva - Diante da possibilidade de ser firmada uma Parceria Público-Privada (PPP) do Município com uma empresa para aumentar o número de cuidadores de alunos com deficiência (CADs), os integrantes do Fórum demonstraram preocupação com a qualidade do serviço que porventura venha a ser oferecido. “Não adianta ser PhD em psicopedagogia se a pessoa não tiver a essência da empatia, da solidariedade, do amor ao outro. Se não houver tudo isso, jamais teremos a nossa tão sonhada inclusão”, ponderou Juliana Fortes, da ONG Ação Azul.
Segundo a representante da organização não governamental em Mato Grosso, é preciso que se tenha compreensão e entendimento da complexidade em nível cerebral de uma criança com transtorno do espectro autista, por exemplo. “Muitas vezes a criança vem sendo acompanhada por um cuidador com o qual ela estabelece um vínculo afetivo e de repente muda. Isso pode ser muito prejudicial, espacialmente sob o ponto de vista do ensino-aprendizagem”, defendeu.
Já a psicóloga da Associação de Amigos dos Autistas (AMA), Stephany Ramires, destacou que o cenário está mudando. “Antigamente, o despreparo era muito maior. Hoje ainda existe, mas também existem aquelas pessoas que têm boa vontade e desejo de se qualificar, de saber, e de ao menos entender como lidar. A dificuldade é real, porém menor do que antes”, avaliou.
Fonte: MPMT