MPMG: Homem que matou a ex-namorada em Belo Horizonte é condenado a 21 anos de reclusão
terça-feira, 19 de janeiro de 2021, 16h12
Terminou no início da tarde de hoje, 18 de janeiro, no I Tribunal do Júri de Belo Horizonte, o julgamento de um homem de 33 anos, denunciado pelo assassinato da ex-namorada, em fevereiro do ano passado. Ele foi condenado a 21 anos de reclusão e 10 dias-multa. O julgamento teve o promotor de Justiça Lucas Pardini Gonçalves como representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
O réu foi condenado por homicídio qualificado – motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio (art. 121, parágrafo 2º, incisos I, III, IV e VI, parágrafo 2º-A, inciso I); e ocultação de cadáver (art. 211, todos do Código Penal). O juiz Leonardo Machado Cardoso negou o direito do réu de recorrer em liberdade e fixou o dia-multa em um trigésimo do maior salário-mínimo vigente ao tempo dos fatos.
Segundo Inquérito Policial, no dia 14 de fevereiro de 2020, entre 20h e 23h, H.F.C. - em sua casa no bairro Glória, Belo Horizonte - desferiu um golpe de marreta e subsequentes golpes de faca contra a ex-namorada, causando a sua morte.
Na denúncia oferecida pelo MPMG, a promotora de Justiça Denise Guerzoni Coelho argumentou que o crime foi cometido por motivo torpe, consistente em retaliação à suposta existência de vídeo íntimo da vítima, sequer visto pelo denunciado, aliado a seu inconformismo com o término do relacionamento amoroso; que houve emprego de meio cruel, uma vez que o acusado desferiu um golpe de marreta na cabeça da vítima, deixando-a tonta, para, em seguida, desferir sucessivos golpes de faca na região do pescoço, impondo intenso sofrimento físico e mental; e que o assassino valeu-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, que, estando distraída e desarmada, foi surpreendida e não teve como reagir.
Além disso, a denúncia apontou que o crime foi cometido contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino, em cenário de violência doméstica extrema, permeada por violência física e psicológica.
De acordo com o que foi apurado, após o assassinato, H.F.C. ocultou o cadáver enrolando em um plástico e um cobertor, colocando-o no porta-malas do carro e, na companhia de terceiros ainda não identificados, transportou o corpo até Esmeraldas, onde jogou em um córrego na beira de uma estrada de terra.
Fonte: MPMG