Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

ONG de Mogi das Cruzes arrecada celulares para mulheres vítimas de violência doméstica

sexta-feira, 03 de junho de 2022, 14h44

Celular ajuda mulheres vítimas de violência doméstica a pedir socorro — Foto: Gladys Peixoto/g1

Celular ajuda mulheres vítimas de violência doméstica a pedir socorro — Foto: Gladys Peixoto/g1

 

Para as mulheres vítimas de violência doméstica o celular é muito mais que um meio de comunicação. Ele é uma garantia de vida. Isso porque ao ter um aparelho ela pode acionar a Polícia Militar em caso de ameaça de morte, pedir socorro aos vizinhos e familiares.

 

Além disso, ele representa uma forma de manter o contato com amigos e familiares que podem ajudar na ruptura do ciclo de abuso e violência em que muitas mulheres vivem. Por isso, a ONG Recomeçar faz uma campanha para arrecadar aparelhos. “Fazia muita falta para mim para falar com minha família, entrar em contato com amigas, consulta médica que não tinha celular para poder passar número”, conta Joana (nome fictício) de 39 anos.

 

Ela foi acolhida em um abrigo de Mogi das Cruzes administrado pela ONG Recomeçar que recebe vítimas de violência. Ela diz que nunca teve um celular. O companheiro dela tinha um aparelho e a deixava usar de vez em quando.

 

Há quase dois meses no local, Joana está prestes a sair e insegura por não ter um celular. “Pedir celular emprestado para vizinha para pedir socorro. Vai ser uma ajuda mesmo é ruim ficar sem celular.”

 

A advogada e presidente da ONG Recomeçar, Rosana Pierucetti, alerta que privar a mulher de usar o celular é uma tática para que ela não peça ajuda para a violência frequente da qual é vítima. “Outro crime dentro desse tipo de violência é o cárcere privado que é constante no relato das mulheres que acabam em algum momento pedindo ajuda. E elas pedem ajuda pelo celular em nossas redes sociais”, explica Rosana.

 

A advogada avalia que de cada oito mulheres que chegam ao abrigo três não tinham celular. Outro ponto apontado por Rosana é a importância de ter um aparelho quando saem do acolhimento. “Quando está no acolhimento tem atendimento, assistente social, psicóloga, guarda de filho, divórcio, etc. Todo atendimento é feito. Quando sai é importante que tenha como entrar em contato conosco. Quando está sendo perseguida pode nos ligar para pedir orientação sobre chamar PM, Patrulha.”

 

Campanha

 

Para mudar essa situação a ONG Recomeçar está fazendo uma campanha para arrecadar celulares. O interessado pode doar aparelhos que possam receber a instalação do whatsapp. Segundo Rosana, dessa forma a ONG pode mandar mensagens e saber como a mulher está e se precisa de ajuda.

 

A advogada destaca que a entidade precisa somente do aparelho e que os chips serão custeados pela ONG. “Essencial que tenha meio de comunicação, mesmo que vá para outra cidade. Precisamos saber se chegou bem, se ele não seguiu a mulher. Não tem como ficar sem comunicação. Todas que saem [do abrigo] já saem com medida protetiva com maior segurança para elas e acompanhamento da Patrulha Maria da Penha. Mas para acionar a Patrulha o contato é por celular.”

 

O aparelho pode ser entregue na sede da ONG que fica na Rua José Eboli, 107, Centro. Informações pelo telefone 9 9948-3695.

 

Fonte: G1

 


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