Presidente da Alerj é preso por suspeita de vazamento de informações
sexta-feira, 05 de dezembro de 2025, 09h34
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso nesta quarta-feira (3/12). O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e cumprido pela Polícia Federal. O deputado estadual é suspeito de vazar informações sigilosas de uma investigação e, por consequência, obstruí-la.
A prisão de Bacellar foi um desdobramento do julgamento da ADPF das Favelas (ADPF 635), no qual o STF determinou que a PF investigasse grupos criminosos do Rio de Janeiro e suas conexões com agentes públicos. Em setembro, as investigações resultaram na prisão do deputado estadual TH Joias (MDB) por tráfico, corrupção e lavagem de dinheiro.
Na decisão, Alexandre apontou que Bacellar telefonou para TH Joias na véspera de sua prisão e o orientou a destruir provas. TH chegou a organizar uma mudança e usou até um caminhão-baú para isso.
“Segundo consta da representação policial, Rodrigo da Silva Bacellar é o primeiro contato da lista de comunicação urgente enviada pelo próprio TH Joias, evidenciando a importância e a premente necessidade do investigado em se comunicar com o parlamentar, que exerce atualmente a Presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro”, disse o ministro.
A suspeita de vazamento foi levantada no próprio dia da prisão de TH pelo procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Antônio José Campos Moreira. Ele afirmou na ocasião que houve dificuldade para encontrar o parlamentar.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, TH Joias usou o mandato para favorecer uma facção, nomeando, inclusive, comparsas para cargos na Alerj. O procurador-geral de Justiça propôs uma ação penal contra os investigados. Até o momento, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro expediu quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão.
Manobra de Castro
Alexandre menciona que, conforme a PF, o governador Cláudio Castro e a cúpula da Alerj agiram logo após a prisão de TH para afastar a crise do parlamento. Em manobra regimental, fizeram um em deputado titular retomar o cargo, exonerando TH, que era suplente. O objetivo era desvincular a imagem do deputado da Alerj e, consequentemente, preservar o governo.
Segundo Alexandre, as acusações contra Bacellar são “gravíssimas” e indicam que ele está atuando para obstruir investigações contra o Comando Vermelho e sua infiltração no governo do Rio.
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PET 14.969
Fonte: Conjur