Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Campbell defende varas especializadas para combater crime organizado

sexta-feira, 04 de julho de 2025, 12h33

O corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, defendeu a criação de varas especializadas em investigação do crime organizado durante o XIII Fórum de Lisboa, nesta sexta-feira (4/7). Ele participou do painel “Segurança Pública e Federalismo cooperativo: enfrentando as organizações criminosas”, moderado pelo ministro Raul Araújo Filho, também do Superior Tribunal de Justiça. A TV ConJur transmite o evento ao vivo.

 

 

 

Campbell Marques disse que o Conselho Nacional de Justiça tem o dever de garantir segurança à magistratura nacional para que ela não sirva como combatente do crime organizado.

 

“Juiz não é combatente. Eu preciso dar a ele condições de segurança para que ele tenha isenção e imparcialidade ao examinar a matéria criminal”.

 

Para garantir essa eficiência, uma das soluções são varas especializadas nesta vertente da criminalidade. Segundo ele, o CNJ tem atuado firmemente no incentivo à instalação dessas jurisdições.

 

Outro instituto defendido pelo corregedor é a audiência de custódia. De acordo com ele, desde a criação da medida, foram feitas quase 1,7 milhão de audiências no Brasil. Segundo ele, milhares de pessoas continuaram presas depois da audiência, e outras milhares tiveram suas prisões em flagrante relaxadas, ou anuladas, por ilegalidades.

 

“Isso desmonta a falácia de que as audiências de custódia servem para colocar em liberdade grande parte dos presos desse país. O que não quer dizer que esse instituto não deve ser aperfeiçoado”, disse.

 

Integração de forças

 

Todos os participantes do painel defenderam a soma de forças entre os poderes e instituições para combater o crime organizado. O diretor geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, disse que a segurança pública não é só um problema de polícia, mas envolve também setores públicos, privados, políticas públicas e muito mais que a simples atuação das forças de segurança.

 

Em sintonia com esse pensamento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, disse que a integração dos entes federativos não significa que eles perderão autonomia. “Os países que falham em dar uma resposta estruturada a essa criminalidade entram naquela condição de paraíso penal. E não é esse o caso do Brasil”, disse.

 

O diretor da PF criticou, ainda, a espetacularização de casos investigados. Ele afirmou que vai seguir, até o fim de sua gestão, com uma política clara de resultados e menos exposição, com maior efetividade. “Não se faz trabalho sério com achincalhamento da pessoa investigada”, disse o diretor. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participou do painel.

 

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Fonte: Conjur


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