Atuação do MPPR no combate à criminalidade organizada é destaque em encontro de segurança pública em Foz do Iguaçu
segunda-feira, 26 de agosto de 2024, 13h20
Nesta quinta-feira, 22 de agosto, o procurador-geral de Justiça, Francisco Zanicotti, participou da reunião anual do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras (GGIFron), em Foz do Iguaçu, onde apresentou uma palestra sobre a atuação do Ministério Público do Paraná no enfrentamento à criminalidade organizada e faccional. O evento, promovido pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), reuniu gestores de segurança pública da região de fronteira e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e contou com apresentações e discussões sobre operações conjuntas, fiscalizações e novas estratégias para repressão e combate ao crime organizado.
anicotti falou aos participantes sobre o trabalho realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em conjunto com os Grupos Especializados na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Sonegação Fiscal e aos Ilícitos contra a Ordem Tributária (Gaesf), do Núcleo de Inteligência do Centro de Apoio Técnico à Execução (Caex) e do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp).
Os resultados positivos obtidos em operações a partir da atuação integrada com as polícias Militar e Civil no desenvolvimento de metodologias investigativas também foram apresentados pelo PGJ. Ele destacou como prioridades estratégicas medidas articuladas e intersetoriais para prevenção e combate à criminalidade organizada e interlocução direta entre a coordenação estadual e as unidades regionalizadas do Gaeco e outros setores especializados do MPPR.
Crimes virtuais – Ao falar sobre as fronteiras, Zanicotti ressaltou o desafio de "erguer as muralhas contra a criminalidade" nos ciberespaços, considerando que as barreiras físicas já não são mais suficientes. "Os crimes se tornaram mais sofisticados, a criminalidade das facções hoje está avançando. A criminalidade está nas nuvens e a lavagem de dinheiro está mais complexa, com o uso de criptomoedas. Precisamos ocupar este espaço".
O procurador-geral frisou o momento oportuno para uma atuação integrada das áreas de inteligências das diversas instituições, no compartilhamento de informações no cenário virtual. “Precisamos integrar nossas ferramentas e ter interlocução entre os entes públicos, realizando as operações de forma conjunta e articulada, compartilhando informações e reduzindo desperdícios de tempo e de dinheiro. O Estado brasileiro tem que estar integrado, forças policiais, MP e Judiciário”.
Outro desafio apontado pelo PGJ foi o combate à lavagem de dinheiro e a recuperação desses recursos como estratégia para enfraquecer e desmantelar as organizações criminosas.
Por fim, Zanicotti enfatizou a prioridade institucional no investimento em ferramentas de investigação com viés de inteligência, que servirão para equipar o Gaeco atendendo a demanda por atuações mais incisivas, em conformidade com as diretrizes do MPPR para o enfrentamento às facções criminosas.
O evento também teve a participação dos promotores de Justiça Francisco Ilidio Hernandes Lopes, que ministrou a palestra “Visão do Ministério Público do Paraná nas operações integradas com a Polícia Militar do Paraná”, e Tiago Lisboa Mendonça, representando o Gaeco de Foz do Iguaçu.
MP brasileiro e magistratura – No mesmo dia, também em Foz do Iguaçu, o procurador-geral de Justiça participou da abertura do III Fórum Desafios Atuais para o Poder Judiciário e o Ministério Público, promovido pelo Tribunal de Justiça do Paraná. O evento reuniu lideranças institucionais do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Peru, e teve como objetivo estabelecer metas e orientações para o enfrentamento dos macrodesafios da magistratura e do Ministério Público brasileiro e de toda a região. Além disso, promoveu o debate sobre ações e projetos desenvolvidos no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o compartilhamento de boas práticas.
Na ocasião, o MPPR participou da assinatura de dois decretos. O primeiro estabelece a criação do Centro de Altos Estudos de Política Judiciária do TJPR, com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências, boas práticas e inovações tecnológicas. O segundo cria a Unidade de monitoramento e Fiscalização das decisões do sistema interamericano de Direitos Humanos, destinada a monitorar e fiscalizar as ações do Poder Público para assegurar o cumprimento das sentenças, medidas provisórias e opiniões consultivas emitidas pela Corte Interamericana em relação ao Estado brasileiro.