Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes e Conselho Municipal de Direitos LGBT+ de Florianópolis estabelecem protocolo de cooperação
quarta-feira, 06 de março de 2024, 13h48
O documento assinado nesta quinta-feira (29/2) prevê a implantação de projetos e ações conjuntas para promover a defesa e a divulgação dos direitos de pessoas LGBTI+ em Florianópolis, garantindo, ainda, acolhimento e acesso a esses direitos por meio do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes (Navit Capital).
Difundir conteúdos informativos e pedagógicos acerca dos direitos e cidadania das pessoas LGBTI+ na capital catarinense, estabelecendo um fluxo de encaminhamento ao Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes (Navit Capital) das denúncias de violência recebidas pelo Conselho Municipal de Direitos LGBT+ de Florianópolis (CMDLGBT+). Esse é o enredo que norteia o termo de compromisso assinado nesta quinta-feira (29/2) pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, e pelo CMDLGBT+.
O coordenador do Navit Capital, Promotor de Justiça Jadel da Silva Júnior, explica que a iniciativa visa educar e conscientizar a sociedade acerca dos direitos e das leis de proteção dos cidadãos LGBTI+ a partir da difusão de conteúdos relacionados aos temas. Para isso, o Núcleo se propõe a desenvolver diretrizes temáticas, articular o financiamento de projetos e disponibilizar uma equipe de comunicação e design para produzir as artes das ações conjuntas e publicações informativas e pedagógicas. Sobretudo, caberá ao Navit Capital assegurar acolhimento às vítimas de crimes, além de atendimento digno e amplo acesso aos direitos.
"Trata-se de um protocolo inédito no âmbito do MPSC que vem reforçar ainda mais o propósito e a atuação diferenciada do Navit, que consiste em uma poderosa rede de instituições e parceiros unidos pelo propósito de acolher, humanizar e promover a igualdade de direitos às pessoas negligenciadas. É um passo importante para a instituição, representada nesta iniciativa pela 40ª Promotoria de Justiça da Capital, e fundamental para a comunidade LGBTI+ de Florianópolis, que agora contará com todo esse apoio", reconhece Silva Júnior.
O Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes vai notificar semestralmente o CMDLGBT+ sobre os casos atendidos, incluindo as ocorrências registradas por outros canais que não o fluxo direto estabelecido pelo protocolo. A ideia é garantir o registro dos marcadores sociais, principalmente de identidade de gênero e sexualidade, para fins de registro e produção de dados e estatísticas sobre essa população.
De acordo com a presidente do Conselho Municipal de Direitos LGBT+ de Florianópolis (CMDLGBT+), Ana Paula Mendes, outra questão importante definida pelo protocolo trata da prevenção e do combate à violência e à discriminação de pessoas LGBTI+. Entre as ações previstas está a fiscalização dos órgãos responsáveis, como forma de promover os direitos e a cidadania, além da qualificação dos debates de variações biológicas de sexo, identidades de gênero e orientações sexuais não hegemônicas.
"É uma grande alegria poder formalizar esse projeto, que consolida a parceria do CMDLGBT+ com o Navit Capital. O Conselho Municipal sempre recebeu muitas denúncias e não dispunha de um canal específico para agir de forma efetiva na defesa da comunidade LGBTI+. Felizmente, nos encontramos em nossos objetivos e agora formalizamos esse fluxo de denúncias e garantimos efetividade nas resoluções por meio deste protocolo. Independentemente de quem estará à frente do Navit ou do CMDLGBT+, construímos aqui uma relação sólida para os próximos cinco anos que, esperamos, se estenda ainda mais", disse.
Caberá ao CMDLGBT+ dar conhecimento à 40ª Promotoria de Justiça da Capital, por meio do Navit Capital, das denúncias e casos de violência contra pessoas LGBTI+ no município de Florianópolis e, em segunda instância, no Estado de Santa Catarina. Por fim, o Conselho deverá organizar informações e produzir conteúdos voltados à prevenção da violência e da discriminação de pessoas LGBTI+, bem como de promoção dos direitos e cidadania, para difusão conjunta entre as partes.
O prazo de vigência do protocolo é de 60 meses, a partir da data da assinatura, podendo ser prorrogado mediante aditivo.
Sobre o Navit
O Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes (Navit) tem como objetivo atender de forma integral às vítimas de crimes cometidos com violência, de modo a garantir apoio humanizado e acesso pleno a seus direitos. O Navit é uma rede de atendimento constituída por 14 instituições, com mais de 40 profissionais envolvidos no acolhimento das vítimas.
Em quase dois anos de atividade, o Navit Capital já atendeu cerca de 900 vítimas em municípios da Grande Florianópolis. O Núcleo atende no Ático do Edifício Vintage Executive Center, na Rua Júlio Moura, nº 30, no Centro da capital, e também por videochamada pelo WhatsApp. Mais informações no site https://www.mpsc.mp.br/programas/navit.
Participam do Navit, além do Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a Defensoria Pública, a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Científica, a RAIVS, Univali, PMF, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, entre outras instituições.
Fonte: MPSC