Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Seminário internacional debate formas de mensurar o uso do tempo no trabalho de cuidados

sexta-feira, 26 de setembro de 2025, 15h44

Com uma carga de trabalho não remunerado que chega a ser o dobro da dos homens, as mulheres são as principais responsáveis pelo cuidado. Como medir e transformar esse “tempo invisível” em políticas públicas que promovam a equidade de gênero foi o tema central de um debate entre diversos especialistas brasileiros e de fora do país, no dia 25 de setembro, no Rio de Janeiro.

 

 

No segundo dia do seminário internacional: “Contando as horas e medindo os cuidados: metodologias e aplicações das pesquisas de uso do tempo”, os participantes reforçaram que as políticas de cuidados devem se fundamentar em dados detalhados e o IBGE prepara uma pesquisa sobre o tema.

 

Os dados mais recentes foram retirados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE de 2022. Eles mostram que as mulheres trabalharam em casa, em média, 21,6 horas por semana, quase o dobro dos homens (11,8 horas). O recorte de raça aprofunda o abismo. As mulheres negras dedicaram 21 horas semanais aos cuidados, uma carga superior à das mulheres brancas (19,5 horas).

 

Os principais desafios para medir o uso do tempo no Brasil e na América Latina incluem harmonizar metodologias entre países, superar limitações de módulos curtos em pesquisas domiciliares, ampliar financiamento e continuidade das pesquisas e traduzir dados em políticas públicas efetivas.

 

As desigualdades também se refletem quando é feito o recorte da renda. Quanto menores os ganhos, mais tempo as mulheres dedicam ao trabalho doméstico e de cuidado.

 

Fonte: Governo Federal.


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