Evento "Liberdades que Constroem" reforça conexão entre organizações sociais e pessoas egressas
quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, 14h50
Evento foi uma parceria do Ação Pela Paz, Recomeçar e Responsa; iniciativa contou ainda com participação do AfroReggae, Projeto Nova Rota e APAC de Manhuaçu

O Instituto Ação Pela Paz realizou, no dia 5 de dezembro de 2025, a Convenção 2025 - Liberdades que Constroem. A iniciativa, organizada em parceria com os institutos Responsa e Recomeçar, promoveu uma tarde de diálogo, fortalecimento de redes e valorização das trajetórias de pessoas egressas do sistema prisional. Cerca de 60 participantes estiveram presentes no Espaço Abrahão e Rosa, coworking dedicado a organizações do terceiro setor.
Com uma programação inspirada no formato TED Talk, o evento reuniu representantes de organizações apoiadas pelo Ação Pela Paz, empreendedores, lideranças sociais e pessoas egressas atendidas por diferentes iniciativas. Na abertura e nas apresentações institucionais, as organizações puderam apresentar suas ações, metodologias e impactos, reforçando o papel das redes de apoio na reconstrução da vida em liberdade.
Entre os representantes das instituições participantes estiveram João Paulo Garcia, diretor de operações do Grupo Cultural AfroReggae; Patrícia Rodrigues, coordenadora de projetos do Nova Rota; e Denise Rodrigues, diretora da APAC de Manhuaçu. Ao lado de membros das equipes, eles compartilharam suas abordagens de trabalho, princípios e resultados na promoção de oportunidades para egressos, oferecendo não apenas informação, mas também identificação e inspiração ao público presente.
O palco também recebeu relatos marcantes de pessoas que reconstruíram suas trajetórias após a prisão e que hoje atuam como empreendedores, artistas ou líderes comunitários.
A abertura oficial foi conduzida por Karine Vieira, fundadora do Responsa, e Leonardo Precioso, fundador do Recomeçar. Ambos são egressos do sistema prisional e referências na pauta da inclusão produtiva e social. Também participou Marcos Ferreira, gestor de Comunicação do Instituto Ação Pela Paz, representando a diretora executiva e cofundadora Solange Senese.
Para Leonardo Precioso, “liderar socialmente é escolher ser ponte onde antes só havia muro”. Karine Vieira reforçou a importância da ação coletiva: “conectar pessoas através de suas histórias e fortalecer a rede que atua na causa é fundamental para promover a inclusão de pessoas egressas do sistema prisional”.
Marcos Ferreira ressaltou a relevância do tema para o Ação Pela Paz:“Trabalhamos com projetos para pessoas em privação de liberdade, mas é vital olhar também para quem já retomou a liberdade e busca novos caminhos aqui fora. Quando organizações se conectam e pessoas têm a chance de contar e ouvir histórias reais, novas possibilidades se abrem”.
Apresentações e diálogos que inspiram reconstruções
A programação contou com apresentações institucionais, palestras e uma intervenção artística do comunicador e ator Erick Soares, egresso que encenou sua trajetória rumo ao crime e o processo de transformação que o levou à reconstrução de sua vida.
As participantes Pablina Veloso e Audrey Baz também compartilharam seus percursos de ressocialização. Pablina, hoje empreendedora do ramo da estética, encontrou nas tranças uma forma de empoderamento, profissão e apoio a pessoas com histórias semelhantes à sua. Audrey, concluindo uma graduação com apoio do Projeto Nova Rota, é gestor de operações do Recomeçar e transforma sua trajetória em suporte a outros egressos.
A curadoria priorizou histórias reais de superação, evidenciando como experiências individuais se conectam a um movimento coletivo de transformação. Os diálogos destacaram metodologias, iniciativas de geração de renda, projetos educativos e ações que fortalecem a inclusão social de pessoas egressas.
O evento contou ainda com as presenças de outros e parceiros na plateia, como as proponentes Ivete Belfort, do Curso Educação Para a Paz, e Rita Duenhas, à frente do do projeto Paz no Coração, Liberdade Na Prisão, ambos voltados para pessoas presas, e Camila Miranda, gerente de desenvolvimento institucional da Fbac (Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados). O Ação Pela Paz també foi representado por Rosileia Dias, coordenadora financereiro / administrativo, Julia Guilmoto, coordenadora de projetos, Maria Luisa Ohl, analista de projetos responsável por trabalhos com pessoas egressas.
O evento foi encerrado com um coffee break que também funcionou como espaço de networking e construção de novas parcerias.
Fonte: Instituto Ação Pela Paz