Webinário debate direitos e políticas de apoio a vítimas de crimes

Foto: Divulgação SNPG/MMFDH

Com o tema “Boas práticas nacionais sobre direitos das vítimas de crimes”, a live realizada nessa quarta-feira (14) estreou a programação da série de webinários sobre Direitos e Políticas de Apoio a Vítimas de Crimes. O primeiro debate do projeto coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção Global, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (SNPG/MMFDH), foi transmitido pelo Facebook - @DireitosHumanosBrasil.

A transmissão contou com a participação da secretária nacional adjunta da SNPG, Maíra Barreto Miranda, e foi mediada pelo diretor de proteção e defesa dos direitos humanos, Herbert Barros.

Foram convidados para discutir o tema: a promotora e coordenadora do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV) do Ministério Público do Ceará (MPCE), Joseana França, o psicólogo, coordenador e supervisor do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi) da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Bruno Cervilieri Fedri, e a deputada federal major Fabiana, que em 2019 esteve à frente da Secretaria Estadual de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência do Estado do Rio de Janeiro.

A coordenadora do núcleo que zela pelo atendimento integral às vítimas de crimes e seus familiares em busca da superação dos impactos da violência sofrida e o empoderamento das vítimas destacou a importância da reflexão sobre o assunto.

“A maior demanda que há ao fazer o acolhimento à vítima é a expectativa sobre a responsabilização de quem cometeu o crime contra ela. A segunda maior é o adoecimento mental das vítimas, seja qual for a violência sofrida por elas, direta ou indiretamente”, disse.

O psicólogo compartilhou a experiência no atendimento psicológico às vítimas de homicídio e feminicídio e seus familiares. Ele também falou um pouco sobre os desafios na construção de uma metodologia de atendimento às vítimas de crimes contra a vida.

“Vítima é toda pessoa que é afetada direta ou indiretamente por uma violência. Se ela presenciou um crime, por exemplo, ela também é uma vítima”, explicou Fedri. “Considero importante criar uma cultura na qual a vítima de violência é, de fato, vítima e tem direitos. Uma cultura onde a vítima não é responsabilizada pelo dano que sofreu”, concluiu o psicólogo.

A deputada federal reforçou a preocupação com a vitimização policial. “Por mais que o policial se coloque na linha de frente contra a violência, essa pessoa quando tira a farda também é cliente do serviço que executa. O acolhimento à família dos policiais vitimados também é essencial”, defendeu.

O projeto

O webinário organizado para a divulgação de boas práticas sobre políticas de assistência a vítimas de crimes, especialmente de crimes violentos, também tem como objetivo desenvolver propostas de ações e estratégias para subsidiar a construção de uma Política Nacional de Apoio a Vítimas de Crimes. A ideia é integrar profissionais de diferentes campos de atuação.

Programação

Os próximos debates ocorrerão nos dias 5 e 12 de novembro. Os temas serão: "Um novo olhar para a justiça penal: a vítima como foco de atenção" e “Desafios, sinergias e possibilidades existentes nos Sistemas de Justiça, Segurança Pública, Assistência Social e Saúde para uma política eficaz de Atenção para as Vítimas de Crimes”.

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Fonte: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos