TJMT. Judiciário alerta sobre políticas públicas e preparação das cidades para população idosa em evento
sexta-feira, 13 de junho de 2025, 12h28
Cidades mal planejadas, falta de acessibilidade, desigualdade social e preconceitos são alguns dos obstáculos enfrentados pelos idosos no Brasil — população que chegará a 30% dos brasileiros em 2050. Na busca por soluções para esses problemas, o Poder Judiciário de Mato Grosso (PJMT) promoveu, nesta quinta-feira (12 de junho), a palestra “O Século do Envelhecimento: qual a sociedade que queremos construir”, no Auditório da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), parceira da ação.
O alerta para a urgência de criar políticas públicas que promovam um “envelhecimento ativo” no país foi feito pelo gerontólogo Alexandre Kalache, que contribuiu para a criação do conceito junto à Organização Mundial da Saúde (OMS). Como autoridade no tema, Kalache explica que, para um envelhecimento ativo, é necessário que as cidades sejam estruturadas para favorecer a autonomia, a participação ativa na sociedade, o acesso à saúde, a segurança efetiva e o aprendizado contínuo.
“A cidade precisa ser construída para ser amiga da pessoa idosa. E, se for boa para os idosos, será boa para todos. Se o idoso consegue entrar e sair dos lugares com autonomia e se sente seguro, qualquer pessoa também conseguirá”, afirmou o gerontólogo.
O juiz auxiliar da Presidência, Agamenon de Alcântara Moreno Junior, representou o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador José Zuquim Nogueira. O magistrado ressaltou o papel do Judiciário na promoção de ações voltadas à população idosa.
“Eventos como este, com palestrantes de reconhecimento internacional e com a coragem de fazer perguntas essenciais, como ‘Que sociedade queremos construir?’, são fundamentais. E a resposta que devemos buscar é clara: queremos uma sociedade da inclusão, e não da exclusão. É necessária a construção de políticas públicas que envolvam todos os setores, com união e solidariedade. Este seminário é uma oportunidade ímpar para aprofundar o debate e avançar na construção de uma sociedade verdadeiramente para todas as idades”, pontuou Agamenon Moreno.
Provocador do debate, o presidente da Comissão Estadual de Atenção à Pessoa Idosa da RENADI (Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa), desembargador Orlando de Almeida Perri, chamou a atenção dos gestores municipais para a construção de soluções estruturantes.
“O grande problema da nossa sociedade hoje é o despertar da consciência para a importância de políticas públicas voltadas à população idosa. Veja, por exemplo, a situação no estado de Mato Grosso. Já temos uma população idosa expressiva, mas não temos abrigos suficientes nem para atender ao mínimo dessas pessoas. Em Cuiabá, a maior cidade do estado, não existe sequer um abrigo público, um asilo municipal. Isso mostra o quanto estamos atrasados”, alertou o magistrado.
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Fonte: TJMT