MPMG - Audiência pública discute melhoria na gestão de instituições de longa permanência de idosos em Belo Horizonte
quarta-feira, 11 de outubro de 2023, 14h19
Representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Administração Municipal de Belo Horizonte, presidentes, coordenadores, funcionários e voluntários das 28 instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) da capital mineira participaram, na manhã desta quinta-feira, 18 de julho, de uma Audiência Pública para tratar da gestão das ILPIs e da uniformização dos serviços de cuidados dos idosos.
O evento, realizado pela Coordenadoria Estadual de Defesa do Direito de Família, das Pessoas com Deficiência e dos Idosos (CFDI) do MPMG, ocorreu no Auditório Vermelho da Procuradoria-Geral de Justiça e possibilitou a troca direta de informações e experiências entre os diferentes atores envolvidos na gestão das instituições, que acolhem, atualmente, 771 idosos. Atualmente, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), Belo Horizonte possui 467 mil idosos. Todas as regionais da cidade contam com uma população de pessoas idosas superior a 14%.
Na abertura da audiência, o coordenador estadual de Defesa do Direito de Família, procurador de Justiça Bertoldo Mateus de Oliveira Filho, recordou a parceria firmada entre o MPMG, o Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais (CeMais) e o município no final de 2017 para a estruturação material das unidades e destacou a necessidade de ampliação das possibilidades de atenção à pessoa idosa.
Segundo Bertoldo, são dois os principais desafios que se apresentam atualmente ao Poder Público e à sociedade civil em Belo Horizonte. Um deles é a implantação de um equipamento social voltado ao acolhimento de idosos que não precisariam ir para as ILPIs, mas que necessitam de cuidados especiais, como paliativos para uma morte digna. O outro seria a construção de um centro de proteção para pessoas idosas vítimas de maus tratos, onde elas poderiam ficar temporariamente, longe dos agressores, até a efetivação de medidas que lhes garantam a segurança. “Ainda há muito trabalho a ser feito, mas estamos trabalhando com valorosos parceiros para que Belo Horizonte se torne, efetivamente, uma cidade acolhedora dos idosos”, pontuou.
O procurador-geral do município, Tomáz de Aquino Resende, ressaltou a importância da intersetorialidade para a efetivação das políticas públicas e reforçou o compromisso da administração com a temática. Também presentes à mesa de autoridades do encontro, o secretário municipal adjunto de Assistência Social, José Cruz, e a secretária municipal adjunta de Saúde, Taciana Malheiros, endossaram o compromisso da administração com a cuidado à população idosa.
Referência municipal na área de geriatria, a médica e professora Karla Giacomin apontou, entre as principais razões para os cuidados ineficiente em ILPIs, a supervisão inábil das equipes de cuidado, falta de qualificação profissional das equipes, baixa autoestima e desmotivação dos funcionários, baixa remuneração e técnicas ineficazes para melhorar o cuidado dos profissionais. Além disso, ela abordou os diferentes olhares lançados na sociedade sobre as ILPIs.
Os representantes das instituições, por sua vez, apresentaram demandas diversas das unidades de acolhimento, relativas à saúde mental dos idosos, à falta de medicamentos, a dificuldades de comunicação junto ao Poder Público, a adaptações estruturais, entre outros temas. Falaram ainda sobre os empecilhos encontrados para o cumprimento das exigências legais relativas à área.
A audiência foi conduzida pela diretora presidente do CeMais, Marcela Giovanna e contou, ainda, com apresentação do diretor de Proteção Social Especial do município, Regis Spíndola.
Fonte MPMG