TJDFT 60+: magistrados e servidores emprestam experiência de vida para aprimorar a Justiça do DF
segunda-feira, 02 de outubro de 2023, 11h55
Neste dia 1º de outubro, o mundo comemora o Dia Internacional do Idoso. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) aproveita a ocasião para agradecer aos 426 colaboradores com 60 anos ou mais, que emprestam suas experiências de vida para enriquecer processos e ambiente de trabalho, bem como os serviços prestados à sociedade.
Com o aumento da expectativa de vida e o crescimento percentual da população idosa, cada vez mais o Tribunal tem a incumbência de julgar processos nos quais pessoas mais vividas figuram como partes. Por isso, o TJDFT, em todos os níveis de atuação institucional, valoriza a bagagem de vivências de quem percorreu os mesmos caminhos de muitos daqueles que buscam a jurisdição. No TJDFT, são 33 Desembargadores, 27 Juízes e 366 servidores com mais de 60 anos.
Convivência intergeracional
Para a Juíza Monize Marques, mestre em gerontologia e Coordenadora da Central Judicial do Idoso, a presença dos 60+ na instituição oferece aos usuários da Justiça “a garantia de ter sua demanda conduzida por alguém que eventualmente tenha experimentado ou esteja experimentando os mesmos dilemas, sobretudo quando se trata de litígios que envolvem o envelhecimento, cada vez mais frequentes”.
Em nível corporativo, a atuação profissional dos mais vividos, bem como o convívio com as equipes, são bastante enriquecedoras. “Especificamente em relação à inclusão do profissional 60+ no âmbito deste Tribunal, é importante destacar como sua visão própria de tempo e conflito pode trazer segurança aos novos servidores. A inclusão deste servidor envolve o reconhecimento pelas contribuições que pode ofertar, considerando as habilidades próprias do seu tempo e normalmente associadas à maturidade e à pacificação”, destaca a magistrada.
A Juíza explica que “a consolidação da cultura organizacional deve considerar as vantagens da convivência intergeracional”. Para a magistrada, “o ambiente coorporativo que estimula a junção das habilidades geracionais tende a ser mais competitivo, não somente no que se refere à produtividade relacionada a números, mas também à qualidade das decisões. Neste ponto, a participação de pessoas de todas as idades na formação das equipes permite que todos os envolvidos sejam beneficiados. Em todo caso, a instituição cresce, se fortalece e ainda confere dignidade a todos os envolvidos nas dinâmicas de acesso à Justiça”.
Decano
O Desembargador Getúlio de Moraes Oliveira, aos 72 anos, continua atuante na Corte. Em sua serenidade de mineiro que muito sabe e pouco fala, conta com uma rica bagagem de experiências colhidas em sua atuação ao longo de décadas de trabalho e conquistas, com passagem por cartório extrajudicial e uma carreira na magistratura do Distrito Federal, iniciada há 43 anos.
Apenas como Desembargador, já são 31 anos de vivências nas mais diversas situações e contextos, tendo inclusive ocupado os cargos de Corregedor da Justiça do DF e de Presidente do TJDFT. Instado a falar aos mais jovens, o decano da Corte assim se pronunciou: “Acreditem sempre na instituição, respeitem-na, tenham o senso da medida. Sejam imparciais nos seus julgamentos e não se deixem contaminar por sugestões, situações ou momentos políticos”.
Posse aos 56 anos
A servidora Angelita Marques, 71 anos, tomou posse como Analista Judiciária do TJDFT em 2008, aos 56 anos. “Muita gente ficou impressionada quando entrei no Tribunal porque nessa idade muitos já estão se aposentando. Mas para mim todo tempo é tempo de sonhar. Nós não perdemos o que aprendemos só porque estamos envelhecendo”, comenta.
Os colegas de trabalho contam que Angelita tem uma serenidade capaz de trazer tranquilidade às pessoas que, por vezes, a procuram em situações estressantes e saem de sua sala aliviadas. A servidora curiosamente trabalha no projeto “Aposentação”, que prepara pessoas para a aposentadoria. Por que continua trabalhando? Ela responde sem hesitar: “Nunca me senti discriminada pela minha equipe, gosto do trabalho que faço, gosto dos meus colegas e das pessoas que atendo”, assegura.
Programa Pró-Equidade e Diversidade
Para tratar eventuais casos de discriminação em razão da idade, o TJDFT conta com a Comissão Multidisciplinar de Inclusão (CMI) que faz parte do Programa Pró-Equidade e Diversidade. O objetivo do Programa é promover a equidade e a igualdade de oportunidades, bem como o tratamento de diversas condutas de discriminação no âmbito das relações e da organização do trabalho.
Fonte TJDFT