Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

TJRN: No Dia do Livro Infantojuvenil, conheça autores do Judiciário potiguar

sábado, 03 de abril de 2021, 11h10

“Quem não gostaria de morar em um castelo?”, é o questionamento que dá início ao livro ‘Gumercindo mora no Castelo’, do servidor Juliano Freire. Autor de quatro publicações infantojuvenis, ele divide seu tempo entre lutar com dragões e chefiar o Departamento de Jornalismo do Tribunal de Justiça do RN. Castelos e animais fantásticos são temas recorrentes na literatura infantojuvenil, celebrada anualmente no dia 2 de abril. O dia foi escolhido para celebrar esse gênero literário mundialmente e homenagear o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, autor de diversos contos de fada que levaram um pouco de mágica para nossas infâncias, como “O Patinho Feio” e “O Soldadinho de Chumbo”.

 

Autor das obras “Doninha e o Marimbondo” (2006), “Pereyra - o menino bom de bola” (2007), “Felizardo Contra a Bruxa da Feira” (2010) e “Gumercindo mora no castelo” (2019), Juliano Freire diz que desde criança escrevia enredos policiais em seus cadernos, até que a vida adulta começou a bater em sua porta. Mas, assim como o dia de hoje nos convida a não deixar a criança dentro de nós morrer, Juliano continuou contando estórias, primeiro para os seus filhos e depois resolveu compartilhar com outras crianças, que ajudam a manter vivo o hábito da leitura.

“Escrever para criança é não subestimá-la. Jamais achar que ela é menos curiosa, perceptiva ou inteligente do que o adulto. Quando me encontro com crianças leitoras, as perguntas são as mais surpreendentes possíveis”, conta o autor, cujos livros já foram adotados em algumas escolas.

 

Sobre a troca com os leitores, Freire ressalta que “não há maior retorno para o escritor de livros infantis do que passar um momento de interação com os leitores. A recepção do público é excelente, primeiro porque nenhuma pergunta é perdida e sentir que o autor pode contribuir para a formação de leitores não tem preço”.

 

Perspectiva

 

Mas ele não é o único que faz parte do Judiciário potiguar e dedica um tempo para a escrita infantil: o juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior conta que já escreveu diversas publicações jurídicas, mas o “Castelo dos Sonhos” tinha como objetivo atingir ao público em geral, principalmente o infantojuvenil.

 

Aninha, personagem principal do livro, sonha em morar em um castelo assim como Gumercindo, que tem a mãe pronta para enfrentar tudo o que for preciso para protegê-lo (até um dragão!). Mas aqui a menina está em situação de acolhimento institucional e conta ao leitor, sob seu olhar infantil, como é sua vida, até o momento que finalmente encontra seu próprio castelo, e, consequentemente, a rainha e o rei de sua vida, seus pais adotivos.

 

“Ao receber os relatos de que o livro despertou em crianças e adolescentes o interesse em pensar no assunto adoção, senti que os objetivos foram atingidos, principalmente pela possibilidade de formar novas gerações sem preconceitos”, explicou o juiz.

 

A leitura abre nossos olhos para realidades distantes da nossa, nos faz viajar pelo mundo sem sair de casa. O relato sensível de Aninha nos faz entender um pouco de sua realidade, seus medos e sonhos. O magistrado traz essa narrativa presente em sua vida diária, para aqueles que não a vivenciam, para sensibilizar e quebrar conceitos preestabelecidos.

Incentivo

O Brasil é um país que lê pouco, apesar de sua produção literária de altíssima qualidade. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê em média 2,43 livros por ano, em comparação com a França, por exemplo, onde a média é de 7 livros por ano. É importante que desde criança esse hábito seja cultivado, para que possa florescer mais tarde.

 

E para aqueles que tem interesse em escrever, o jornalista Juliano Freire ressalta: escreva! “Posso dizer: o mais importante é ter uma história na cabeça. É o primeiro passo. Depois, arregaçar as mangas e começar a escrever. É um trabalho que exige muito do intelecto e sobretudo, disciplina”.

 

Além de tudo isso, ele ainda dá uma dica preciosa: “após finalizar a obra é importante pedir a alguém de confiança para ler, dar uma opinião, e aceitar eventuais críticas e sugestões também. Mas o primeiro passo é colocar a ideia no papel, ou melhor, na tela do computador”.Ainda segundo Juliano, a criatividade é algo que não podemos deixar de lado. “Se você tem, precisa colocar em prática. Muitas ideias chegam, ficam um tempo, e se a gente não cultiva, vão embora. Se tem uma ideia, um enredo, uma trama, um fio condutor, não perca tempo: escreva. O que não se pode fazer é ficar preocupado se vai ser possível lançar ou não, se as pessoas irão querer ler, se vai ficar interessante”.

 

fonte: TJRN


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