Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

A 8 meses do fim do prazo, Brasil está longe de cumprir a meta de acabar com os lixões

por Por Jornal Nacional

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024, 14h21

Segundo relatório, no intervalo de um ano, entre 2021 e 2022, a destinação correta do lixo no país não avançou quase nada. Nesse ritmo, o Brasil levaria 65 anos para dar destinação inteligente a todos os resíduos.

 

Um relatório divulgado nesta segunda-feira (11) mostra que o Brasil está longe de cumprir as metas de manejo correto do lixo.

 

Belém vai sediar daqui a dois anos a primeira Conferência do Clima da ONU na história do Brasil. Só que, antes, a capital do Pará precisa resolver o problema do lixo. O Lixão do Aurá, na Região Metropolitana, continua recebendo 800 toneladas de resíduos por dia. Enquanto isso, o único aterro sanitário da cidade, abarrotado de lixo, deveria ter encerrado as operações no fim de novembro. Mas a Justiça decidiu prorrogar o funcionamento do aterro até fevereiro de 2025.

 

“A situação do destino dos resíduos sólidos em Belém é a seguinte: nós temos uma disposição inadequada porque faltam unidades a mais para receber esses resíduos. Os impactos que a gente tem são a liberação de chorume, o descontrole dos gases de efeito estufa e, obviamente, uma questão social não resolvida”, afirma Neyson Martins Mendonça, engenheiro sanitarista da UFPA.

 

Belém é um dos 2.847 municípios do país que ainda destinam o lixo para vazadouros clandestinos. Ao todo, 40% dos resíduos do Brasil têm destinação inadequada, com impactos sobre o meio ambiente e a saúde.

 

De acordo com o relatório divulgado nesta segunda-feira (11) pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, apenas em 2022, 33 milhões de toneladas de lixo foram parar no lugar errado, principalmente nos 3 mil lixões a céu aberto espalhados pelo país. Isso daria para encher até o topo 233 estádios do Maracanã.

 

A 8 meses do fim do prazo, Brasil está longe de cumprir a meta de acabar com os lixões — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

 

No intervalo de um ano, entre 2021 e 2022, a destinação correta do lixo no Brasil não avançou quase nada. Nesse ritmo, o país levaria 65 anos para dar destinação inteligente a todos os resíduos. O relatório divulgado nesta segunda-feira lembra que o prazo final determinado por lei para a erradicação dos lixões em todo o território nacional termina em agosto de 2024.

 

“Estamos muito distantes de chegar lá. Isso põe em risco outros acordos e tratados internacionais dos quais o Brasil faz parte - como os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, por exemplo - que têm metas relativas à destinação adequada de resíduos sólidos”, explica André Galvão, da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente.

 

A associação defende que as prefeituras deixem claro para o contribuinte quanto é gasto nos serviços de limpeza urbana.

 

“Esse serviço tem um custo e esse custo precisa ser arcado pelos usuários do serviço. Assim como são arcados outros serviços que pagamos, como água, esgoto e telefone”, afirma André Galvão.

 

Fonte: G1 - Jornal Nacional 


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