Equipe multidisciplinar pode ajudar na separação de um casal
por Luiz Fernando Gevaerd
sexta-feira, 22 de setembro de 2023, 14h42
Contar com a ajuda de profissionais adequados e com uma ampla visão da situação pode ajudar a tomar decisões mais conscientes.
Quando um casal está prestes a encarar uma separação, mas ainda não tem total certeza sobre essa decisão, contar com um advogado experiente pode ajudar. Isso porque, muitas vezes, o papel de um advogado extrapola a função meramente jurídica, já que o processo vivido pelo cliente envolve outras áreas.
Segundo Luiz Fernando Gevaerd, especialista na área de Direito da Família com mais de 40 anos de carreira, mais de 10 mil casos atendidos e diretor do escritório Gevaerd Consultoria Jurídica, um advogado experiente nem sempre vai incentivar a separação de um casal, e sim estudar a situação para prestar a orientação mais adequada. “Costumo trabalhar com uma equipe que reúne psicólogos, terapeutas, pessoas que estão acostumadas a lidar com casais, assim é perfeitamente possível identificar aquilo que chamamos de pré-divórcio”, explica.
Para o Dr. Gevaerd, há casos em que a pessoa ainda não está segura da sua separação e procura o advogado em busca de ajuda para sua crise conjugal, e não para uma solução de ruptura. “Se o advogado encarar sua tarefa apenas pelo aspecto legal e prático, sem uma visão multiprofissional, atenderá o cliente ouvindo suas reclamações e cumprindo estritamente a função para a qual foi contratado. Pode até ser considerado muito competente, mas poderá deixar como resultado uma situação irrecuperável: pessoas que nunca mais se falam, verdadeiros inimigos e filhos traumatizados”, avalia.
O advogado orienta que o casal procure ajuda, de preferência psicológica, assim que o casamento começa a dar sinais de que vai mal. “Se a pessoa estiver sentindo dificuldade em decidir-se, mesmo depois de muito refletir sobre o problema, somente com a ajuda de um bom profissional será possível saber se a sua decisão é fruto de uma análise correta ou se é inconsequente, um impulso de momento. Com uma orientação adequada, será possível esclarecer bem os seus motivos, saber se a decisão é viável e se é isso mesmo que deseja”, afirma.
Em décadas de atendimento a casais, o Dr. Gevaerd observou que há motivações racionais tanto para a decisão de se separar como a de continuar casado. “O problema é que não há garantia de que isso possa dar certo. E muitas vezes é possível negociar um acordo justo quando não há ainda um abalo tão forte a ponto de as pessoas se odiarem. Ou seja, enquanto ainda existe respeito e a pessoa está buscando uma postura adequada, sem nunca ter agido contra a outra parte, é mais fácil chegar a um acordo que seja bom para os dois”.
Ele conta que algumas vezes já recusou clientes por saber que eles não estavam preparados para uma separação. “Fiz com que eles percebessem que a hora não tinha chegado e que a decisão era circunstancial. Algumas pessoas levam anos nesse processo até estarem realmente maduras”, conclui.
Fonte: JornalJurid