MPSP discute a inclusão de alunos com transtornos de aprendizagem
terça-feira, 08 de outubro de 2019, 17h06
Métodos para avaliação e intervenção em casos de transtornos de aprendizagem, dislexia, assim como as necessidades educacionais especiais à luz do Direito, foram temas abordados no evento que discutiu a Inclusão de alunos com transtornos de aprendizagem na manhã desta segunda-feira (7/10), na sede do MPSP. O evento foi acompanhado pela assessora do Centro de Apoio Cível (CAO Cível), área de educação, Sandra Lúcia Garcia Massud.
O encontro também marcou a abertura da Semana da Dislexia. Calcula-se que no Estado existam 354 mil pessoas com o distúrbio, o que representa 8% da população paulista, segundo dados apresentados pela diretora da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), Maria Inêz Ocanã de Luca, uma das palestrantes convidadas para falar sobre o tema pelo MPSP. Ela listou as alterações neurobiológicas e funcionais que ocorrem na dislexia. “Ela é genética e hereditária. A pessoa apresenta alterações cromossômicas, menor volume de massa cinzenta cortical (lobo temporal esquerdo, distribuição de atividade cerebral não habitual durante a leitura e lentificação do processamento auditivo,” afirmou.
Já a presidente da ABD, Maria Ângela Nogueira Nico, falou sobre os sintomas e sobre o diagnóstico da dislexia, que é um transtorno da leitura e da escrita. Ela explicou que não se trata de uma doença, mas disse que requer acompanhamento e intervenção. De acordo com ela, o diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar formada por profissionais das áreas de neurologia, psicologia (neuropsicologia), fonoaudiologia, psicopedagogia, oftalmologia, otorrinolaringologia, entre outros, além de relatório escolar e uma anamnese com os pais. “A intervenção, seja ela qual for a especialidade, demanda tempo e dedicação e leva, no mínimo, cerca de três anos,” explicou a especialista.
A consultora jurídica da ABD, Simoni Lopes de Sousa falou sobre as necessidades educacionais especiais e sobre as leis que permitem a inclusão nos sistemas de ensino. Ela deixou claro que qualquer regimento escolar que afronte direitos fundamentais garantidos pela Constituição é nulo.
A atividade pôde ser acompanhada online. O evento foi organizado pelo Centro de Apoio Cível (CAO Cível) com o objetivo de promover debates e aprofundamento do tema. O encontro foi realizado em conjunto com a ABD.
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Fonte: MPSP