Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

AGU concorda com destinação de fundo da "lava jato" para educação e Amazônia

quarta-feira, 28 de agosto de 2019, 13h55

 

A Advocacia-Geral da União propôs que destinação integral do dinheiro obtido pela operação "lava jato" em acordo com a Petrobras seja depositado em favor da União em programas de educação e para a Amazônia. 


A manifestação da AGU coincide com as sugestões feitas pela PGR, mas propõe distribuição de valores diferente.


Segundo a AGU, cerca de R$ 1,5 bilhão deve ser destinado para o pagamento de despesas discricionárias relacionadas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em prol da execução de politicas públicas relacionadas à educação infantil.


O órgão também propõe que sejam destinados R$ 250 milhões para ações relacionadas ao Programa Criança Feliz, que compreende uma série de iniciativas vocacionadas ao desenvolvimento integral na Primeira Infância e R$ 250 milhões para ações relacionadas a projetos ligados à empreendedorismo, inovação, popularização da ciência, educação em ciência e tecnologias aplicadas.


Incêndios Florestais

Em relação aos incêndios florestais da Amazônia, a AGU propôs que sejam destinados R$ 500 milhões. O órgão levou em consideração o Decreto 9.985, para a Garantia da Lei e da Ordem para a defesa da Amazônia — a chamada GLO Ambiental.


"Tal medida demonstra o compromisso do governo brasileiro com a defesa integral e irrestrita da Floresta Amazônica. Isso significa que, em havendo necessidade, as autoridades brasileiras estarão atentas inclusive para a necessidade de abrir crédito extraordinário para a defesa da Floresta Amazônica, além dos recursos já disponíveis", afirmou. 


"Considerando a natureza dos recursos a serem alocados, oriundos da aplicação de penalidade pela prática de ilícito, é imprescindível que tais recursos sejam empregados em prol da população em geral, tendo em vista ser o povo brasileiro, a Petrobrás e a União, as vítimas dos ilícitos praticados", disse em trecho da ação. 


A AGU afirmou ainda que não se trata de receita pública brasileira, mas de autorização específica concedida pelo governo norte-americano, para que as autoridades brasileiras competentes confiram destinação pública a recursos decorrentes de acordo celebrado com as autoridades daquele país.


"Tanto é assim que, caso essa destinação não seja adequada, o valor referente à penalidade deverá retornar àquele país, haja vista a natureza excepcionalíssima desses recursos à luz da legislação brasileira", disse.


Em manifestação enviada ao STF, a PGR defende que dinheiro do fundo da "lava jato" também vá para educação e Amazônia. Na manifestação, a PGR afirma que há gravidade e urgência na situação relacionada à questão ambiental na Amazônia, e se manifestou de forma favorável à inclusão de órgãos ambientais entre os legitimados para receber parte do dinheiro.


Debate

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, marcou para esta quarta-feira (28/8) audiência no gabinete para debater a destinação do dinheiro obtido pela operação "lava jato" em acordo com a Petrobras. A audiência acontece às 11h.

 

Foram convocados a Câmara dos Deputados, a Secretaria-Geral da Presidência da República, a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União, o Ministério da Economia e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.


Na sexta-feira (23/8), o ministro determinou que a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e o Ministério da Economia se pronunciassem em 48 horas sobre a destinação do fundo da "lava" jato". 


A decisão do ministro se baseia em pedido da Mesa Diretora da Câmara, que peticionou nesta sexta-feira, no STF, sugerindo que parte do dinheiro obtido pela operação "lava jato" em acordo com a Petrobras fosse destinado aos incêndios florestais.


Clique aqui para ler a manifestação da AGU.
ADPF 568
Rcl 33.667

 

Fonte: CONJUR


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