Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

MPPE - CAO Educação auxilia membros sobre lei que determina assistentes sociais e psicólogos na rede pública

por Ministério Público de Pernambuco (MPPE)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022, 15h01

O Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação (CAO Educação) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) elaborou a Nota Técnica nº 06/2022 para auxiliar promotores e promotoras de Justiça no acompanhamento da implementação da Lei nº 13.935/2019, que determina a criação de cargos de assistentes sociais e psicólogos para compor as equipes multiprofissionais nas redes públicas da educação básica.   

 

A Nota Técnica sugere que seja acompanhado, por meio de Procedimento Administrativo, entre outros pontos, se o município realizou diagnóstico local, o dimensionamento do quantitativo de profissionais necessários; se houve o encaminhamento de projeto de lei para regulamentar a mencionada legislação, com a definição das atribuições, número de vagas, previsão de concurso público e fonte de custeio.  

 

O CAO ressalta a relevância da incorporação desses profissionais na rede de ensino, tendo em vista as crescentes demandas em questões que ultrapassam a esfera pedagógica, mas que aparecem como determinantes para os elevados índices de baixo rendimento, abandono e violência escolar.  

 

Ainda é citado que os dados de 2019 podem ter piorado, em face da pandemia de Covid-19, iniciada em 2020. "Nesse sentido, a própria publicação da Unicef ressalta a estimativa de que os impactos da pandemia na educação permanecerão por tempo indeterminado, sendo o reconhecimento das desigualdades de natureza econômica, social e cultural das famílias e de estudantes um dos aspectos a serem levados em consideração no enfrentamento da cultura do fracasso escolar", comenta a Nota Técnica.  

 

A Nota ainda reflete sobre a necessidade de profissionais de psicologia e assistência social atenderem estudantes vítimas do "aumento do empobrecimento e endividamento das famílias, altos índices de desemprego, recrudescimento da precarização das relações de trabalho, retorno da fome e de outras formas de insegurança alimentar, entre tantas diferentes mazelas que afetam os extratos mais vulnerabilizados da sociedade e trazem suas refrações para a sala de aula".  

 

Além de que, poderão também auxiliar com uma reflexão crítica sobre a própria instituição, os processos de ensino e aprendizagem, as relações aluno-professor, pais-escola, como também, sobre as questões sociais que interferem diretamente na prática educacional. Contribuem, assim, com a qualidade dos processos de aprendizagem, através da construção de espaços de interlocução com os diversos atores que participam do contexto educacional, considerando os aspectos objetivos e subjetivos, mas, com ênfase na subjetividade de cada estudante.  

 

"No contexto pós-pandêmico houve um aumento significativo dos casos de transtornos emocionais, abandono, bullying e violência no ambiente escolar, urge a inserção do assistente social e do psicólogo nas equipes multiprofissionais das redes públicas de educação e é nesse enfoque que se insere o Ministério Público como indutor de políticas públicas", conclui a Nota Técnica do CAO Educação. 

 

A Nota Técnica foi elaborada pelo coordenador do CAO Educação, o promotor de Justiça Sergio Gadelha Souto, e pelas analistas ministeriais Luciana Enilde de Magalhães Lyra Macêdo (psicóloga) e Shirley Gonçalves do Nascimento (serviço social).  

 

Fonte: MPPE


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