Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Acatando teses do MP, júri em Aparecida condena a 27 anos de prisão acusado de matar motorista de aplicativo

quarta-feira, 02 de dezembro de 2020, 16h15

Em julgamento realizado nesta terça-feira (1º/12), o Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia condenou o empresário Parsilon Lopes dos Santos a um total de 27 anos de reclusão pelo homicídio de Vanusa Cunhas Ferreira, ocorrido na madrugada de 19 de janeiro de 2019. O réu também foi condenado pelos crimes de ocultação de cadáver e estupro. 

 

Ao decidir, os jurados acataram as teses do Ministério Público de Goiás (MP-GO), sustentadas pelo promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior: de homicídio com as qualificadoras de meio cruel, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, para assegurar a impunidade de outro crime e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio). O júri também rejeitou as teses da defesa, de negativa de autoria, em relação aos outros dois crimes. 

 

Na sentença, o juiz Leonardo Fleury Curado Dias, que presidiu a sessão, fixou as penas pelos delitos da seguinte forma: 17 anos de reclusão pelo homicídio; 2 anos de reclusão mais 150 dias-multa pela ocultação de cadáver, e 8 anos de reclusão pelo estupro. O regime inicial de cumprimento de pena será o fechado. O magistrado manteve a prisão do réu, negando a possibilidade de recorrer em liberdade.

 

Os crimes


De acordo com a denúncia oferecida pelo promotor Milton Marcolino, o crime ocorreu na madrugada de 19 de janeiro de 2019, em uma chácara no Jardim Copacabana, em Aparecida de Goiânia. Conforme a peça acusatória, Parsilon Lopes dos Santos matou a vítima depois de tê-la estuprado e obrigado a praticar atos libidinosos com ele. Em seguida, ele tentou esconder o corpo de Vanusa nos fundos da chácara, que acabou sendo encontrado no dia seguinte.

 

Segundo relatado pelo MP, a vítima, que era técnica de enfermagem, trabalhava no Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e prestava serviços de motorista de aplicativo. No dia do crime, Vanusa Cunha Ferreira saiu para fazer várias corridas para o denunciado. Ela foi buscar, a pedido de Parsilon, dois músicos no Terminal Rodoviário de Goiânia e os levou até um bar onde se encontrava o denunciado. De lá, levou os dois até a casa de outro músico, onde se arrumaram. Em seguida, buscou o denunciado e seguiram para a casa de shows, onde se apresentariam.

 

De madrugada, após o show, Vanusa Ferreira levou os quatro para a residência de um dos músicos, onde todos ficaram. No entanto, o acusado seguiu para a chácara em que morava, para encerrar a corrida. Ao chegar ao imóvel, ele obrigou a vítima a entrar na casa, onde a estuprou, depois de dominá-la e espancá-la. Segundo o promotor de Justiça, com “o intuito de ocultar o estupro cometido, o denunciado bateu a cabeça da vítima no chão por várias vezes, até deixá-la como morta”.

 

Parsilon Lopes, então, arrastou o corpo da vítima pela casa e jogou-o no fundo da chácara, visando ocultá-lo. Em seguida, utilizou o carro de Vanusa para fugir. (Texto: Ana Cristina Arruda e João Carlos de Faria/Assessoria de Comunicação Social do MP-GO - Foto: banco de imagens)

 

 

Fonte: MPGO


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