MPMG: Em palestra sobre jurimetria, promotor de Justiça defende importância de se priorizar qualidade em vez de quantidade

O evento, voltado a integrantes do MPMG e transmitido pela plataforma Zoom da Escola Institucional, promoveu reflexões sobre a aplicação da estatística no Direito e ressaltou o caráter revolucionário da prática.

Ao defender a importância da aplicação de métodos quantitativos na prática jurídica, o palestrante – que é promotor de Justiça com atuação no Tribunal do Júri, mestre e doutor em Direito Penal pela PUC/SP – lembrou que, por meio da jurimetria, é possível obter resultados mais efetivos, uma vez que a análise é priorizada.

Na avaliação dele, as instituições de justiça precisam rever seu funcionamento – considerado ultrapassado por ainda medir a eficiência por números de audiências, atendimentos e processos. “O Ministério Público do mundo pós moderno precisa sair do automático, começar a transformar dados em informações e priorizar a qualidade da atuação, em vez de quantidade”, alertou.

De acordo com o promotor, na área criminal, o MP vive uma época de profundo anacronismo, que exige mudanças urgentes, a partir de uma visão multidisciplinar dos problemas. “Em breve, os robôs substituirão nossa atuação nas ações repetitivas. O promotor de Justiça terá que se reinventar a partir de uma visão holística. Terá que fazer a pergunta certa, levantar as hipóteses e questionamentos a partir de um bando de dados e fazer a análise de dados”, prevê.

Ainda segundo o palestrante, o MP saiu de uma época de ser apenas demandado, para se tornar resolutivo. E, dessa forma, tem a oportunidade de resgatar sua missão principal: a de agente de transformação da sociedade, a partir de uma atuação predominantemente preventiva.

O evento foi aberto pela diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do MPMG, promotora de Justiça Elaine Martins Paris, e mediado pelo diretor pedagógico do órgão, promotor de Justiça Pablo Gran Cristóforo.

Fonte: MPMG