Sindicato diz que policiais estão sobrecarregados após abertura de delegacia: 'Adoecendo por excesso de trabalho'
por G1
sexta-feira, 02 de outubro de 2020, 12h51
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O Sindicato dos Investigadores de Polícia de Mato Grosso (Sinpol-MT) afirmou que os policiais civis estão sobrecarregado com a criação do Plantão de Flagrantes, inaugurado no início deste mês, em Cuiabá, e o remanejamento dos servidores para a nova unidade.
O presidente do Sinpol, Gláucio Castañon, contou ao G1 que a abertura da nova delegacia prejudicou a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DDM). Com a criação do Plantão de Flagrantes, foram remanejados cinco policiais da DDM.
“Os policiais estão adoecendo por excesso de trabalho”, ressaltou.
Na unidade antiga, ficaram apenas dois investigadores para fazer o serviço investigativo, cumprir busca e apreensão, prisão, retirada de pertences, conduzir pessoa para exame de corpo delito, entre outros trabalhos feitos pela Polícia Civil.
“Tem dias que fica apenas um policial no expediente, pois o outro tem que cobrir plantão. Ainda para piorar exigiram que encaminhem duas equipes para auxiliar no Plantão da Central de Flagrantes”, relatou.
Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT), informou que, devido à criação do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, ficaram proibidos, até 31 de dezembro de 2021, admitir ou contratar pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia, de direção e de assessoramento que não acarretem aumento de despesa aos cofres públicos ou realização de concurso público.
O presidente do sindicato alegou que não há necessidade de concurso, pois as vagas são de reposição que não foram preenchidas.
“Falta interesse, falta vontade. O estado não pode criar vagas, mas repor, preencher as vagas existentes é permitido. A pandemia é utilizada como desculpa. O problema é a falta de planejamento do estado.”, ressaltou.
A situação se estende ao interior do estado, segundo Castañon. Segundo ele, em Santa Cruz do Xingu, por exemplo, apenas um investigador trabalha na delegacia há quase um mês.
Atualmente, a Polícia Civil conta com 50% do efetivo previsto. “A polícia não tem profissionais para desempenhar atividades do administrativo e segurança patrimonial. Isso sobrecarrega os poucos investigadores que tem”, disse.
Castañon teme o fechamento de um grande número de delegacias até 2023 devido à falta de profissionais.
“Um concurso leva, em média, dois anos desde a escolha da banca até a formatura dos policiais. Se medidas não forem tomadas urgentemente, o índice de crimes não investigados, que já é enorme, vai aumentar”, pontuou.
Fonte: G1MT