Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

TJRN lança documentário "Corações que Acolhem" e mostra o sentimento de quem atende vítimas da violência doméstica

sexta-feira, 14 de março de 2025, 13h13

 

Em momento de reflexão e realismo, a Presidência do Tribunal de Justiça, o Comitê de Valorização Feminina e a Secretaria de Comunicação Social do Poder Judiciário potiguar lançaram, na manhã desta sexta-feira, 14 de março, no auditório Deusdedit Maia, na sede do TJRN, o documentário Corações que Acolhem - quem são as Mulheres do Judiciário Potiguar que atendem às vítimas de violência doméstica. Produção, idealizada pela SECOMS e desenvolvida com a colaboração dos integrantes do Comitê, destaca depoimentos de profissionais que lidam diariamente com mulheres agredidas, assediadas e constrangidas pela violência doméstica, sobretudo no lar.

 

 

Na abertura do evento, antes da exibição do documentário, a vice-presidente do TJRN, desembargadora Berenice Capuxú, considerou o Dia Internacional da Mulher e o mês de março, quando a questão ganha relevância ainda maior, oportunidade para reflexão e celebração das conquistas, lutas e vitórias de todas as mulheres ao redor do mundo. “Hoje, mais do que nunca, é importante destacar o quanto as mulheres são essenciais em todos os aspectos da sociedade, seja no campo profissional, no campo familiar, cultural ou político. Neste dia, queremos lembrar que cada uma de nós têm o poder de transformar, de inspirar, de lutar por um futuro mais justo e igualitário. Que possamos continuar celebrando não apenas as conquistas, mas também a luta constante por um mundo em que todas as mulheres, em sua diversidade, sejam respeitadas e valorizadas”.

 

 

A desembargadora Lourdes Azevedo, presidente do Comitê Feminina, salientou que o momento é de reconhecimento, reflexão e integração. “Hoje, reunidas e sob a iniciativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte e do Comitê Feminino, celebramos a força e a dedicação das mulheres do Judiciário potiguar, que acolhem e protegem vítimas da violência doméstica. A exibição do documentário, Corações que acolhem, cuidadosamente preparado pela Secretaria de Comunicação Social, nos convida a conhecer de perto as histórias dessas profissionais que, com sensibilidade e compromisso, fazem a diferença na vida de tantas mulheres, vítimas da violência, infelizmente. Este encontro é um espaço de aprendizado, de fortalecimento e de inspiração, que possamos sair daqui ainda mais engajados, mais compromissados na promoção do respeito e da justiça”, ressalta a magistrada.

 

O público formado por magistrados, servidores, estagiários e colaboradores, teve a oportunidade de prestigiar o documentário com falas da juíza Fátima Soares, das servidoras da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CE-Mulher), Patrícia Cabral, secretária executiva, e Chrystianne Pontes, psicóloga. Neste audiovisual, as mulheres trazem relatos emocionantes sobre experiências vivenciadas durante os momentos de assistência às vítimas de violência doméstica, nas unidades judiciárias do estado. Um olhar impactante.

 

 

Para o juiz coordenador da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, Fábio Ataíde, destaca que a importância do documentário recai, além dos números, na visibilidade que dá às mulheres inseridas na "Linha de frente" do enfrentamento a um problema que assola a sociedade. "O número de processos cresce 2% mensalmente", adianta o magistrado. "Existe essa estatística, mas, ao mesmo tempo, o Poder Judiciário Estadual tem enfrentado isso e dado respostas. Hoje, somos o segundo tribunal com a menor taxa processual nesse tema. São apenas 0,8 processos pendentes para cada 100 mil mulheres", aponta o Fábio Ataíde.

 

Chrystianne Pontes reforça: atender a vítima é o principal objetivo do trabalho. Menciona que o documentário tem sua importância no fato de que, pela primeira vez, mostra a dor de quem acolhe e também sente a situação sem retoques. "O acolhimento é diferente porque não se trata de um crime comum, não é um crime banal. As vítimas chegam muito machucadas internamente. Há afetos envolvidos nisso e algumas relações ainda apresentam a dependência afetiva da vítima com o agressor", relata a profissional da saúde mental, a qual também destaca que não cabe, em situações de dependência, exercer qualquer juízo de valor.

 

 

De acordo com a juíza Fátima Soares, que atua na Ouvidoria da Mulher no Judiciário potiguar, as demandas envolvem não apenas violência doméstica, mas também situações de vulnerabilidade. O documentário, lembra, chega no momento em que se completam 19 anos da 

 

Lei

 

 Maria da Penha, que deu maior visibilidade e meios para se combater o que, anteriormente, ficava escondido nos cômodos de uma residência.

 

"Isso me toca profundamente por ser uma juíza. Eu não consigo dormir bem sem fazer nada de concreto. Não é algo que a gente fale da boca pra fora que vai se resolver. Precisamos estar agindo sempre", desabafa a juíza, enquanto a servidora Patrícia Cabral reforça o sentimento e a alegria de participar da mesma ação. “Amo meu trabalho. Esse acolhimento. Não vivo sem fazer isso”, disse a servidora que está à frente dos acolhimentos, em tom emocionado.

 

"A temática aborda um assunto que é uma realidade. São depoimentos de pessoas que procuram ver as situações com muita sensibilidade e compreensão", aponta a desembargadora Lourdes de Azevedo, ao ressaltar que o Feminina realizará, ao longo do ano, palestras voltadas à saúde mental de servidores e servidoras. "A importância se dá porque volta a tratar da conscientização sobre a violência de gênero", acrescenta a desembargadora.

 

Para assistir, clique aqui.

 

 

Fonte: TJRN


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