Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Obra sobre produção feminina no Direito Constitucional busca dar mais visibilidade à contribuição intelectual das mulheres

terça-feira, 19 de abril de 2022, 13h41

Na publicação produzida pelo STF, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, cita dados de pesquisas que mostram discriminação de gênero na mídia e na área jurídica.

 

Para combater a pouca visibilidade da contribuição feminina no cenário acadêmico jurídico, o Supremo Tribunal Federal (STF) lançou a obra “Produção de Mulheres em Direito Constitucional”, dentro da coletânea “Bibliografia, Legislação e Jurisprudência Temática”. Na apresentação da publicação, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, cita dados de pesquisas que refletem esse quadro.

 

Um estudo conduzido pelos juristas Daniela Urtado, Bruno Lorenzetto, Pedro Kenicke e Diego Kubis Jesus mostra os nomes dos constitucionalistas mais citados pelo Supremo no controle concentrado de constitucionalidade. Os dados foram obtidos após análise de 1.147 julgados no período de 1º/1/2013 a 31/12/2020. Observou-se que, dos 114 nomes de autores constitucionalistas, apenas 13 são femininos, o que corresponde a 11,4%.

 

Segundo o ministro Luiz Fux, esse fenômeno ocorre também em outras áreas. Uma pesquisa realizada pelas acadêmicas Lisa Jardine e Annie Watkins, do Queen Mary College (Londres), apontou que 80% dos homens questionados responderam que o último romance que haviam lido era de um escritor homem. Entre as mulheres, a probabilidade de ter lido um livro de um autor ou de uma autora era a mesma.

 

Quando perguntados sobre qual romance de uma autora eles haviam lido mais recentemente, a maioria dos homens achou difícil lembrar ou não soube responder, ao passo que as mulheres indicaram vários títulos. Finalmente, quando perguntados sobre o romance “mais importante” de uma autora escrito nos últimos dois anos, muitos homens confessaram não ter ideia.

 

Fonte: STF


topo