Projeto desenvolvido pelo MPMG e parceiros capacitará facilitadores para atuar em grupos reflexivos para homens em Ouro Branco
sexta-feira, 25 de março de 2022, 14h59
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Ouro Branco, e instituições parceiras promoverão, nos dias 25 e 26 de março, a capacitação introdutória de voluntários que desejam atuar como facilitadores nos Grupos Reflexivos para Homens Autores de Violência (GRHs) do Projeto Recomeçar, que busca promover a mudança de crenças perpetuadoras de violência contra a mulher.
Originada de um Procedimento de Projeto Social (Props) instaurado pelo MPMG, a iniciativa é desenvolvida em conjunto com o Poder Judiciário, com a Câmara Municipal de Ouro Branco, com a Prefeitura Municipal, com a Gerdau e com a Agência de Desenvolvimento Econômico e Social dos Inconfidentes e Alto Paraopeba (Adesiap).
A capacitação ocorrerá no Plenário da Câmara Municipal das 14h às 17h30, no dia 25, e no auditório da Prefeitura, das 9h às 11h30 e das 14h às 17h30, no dia 26. Posteriormente, os facilitadores passarão por uma supervisão semanal on-line. Iniciado o projeto, os GRHs se reunirão uma vez por semana no fórum de Ouro Branco.
Podem ser voluntários graduandos dos períodos finais ou profissionais graduados nas áreas do Direito, Serviço Social e Psicologia ou em outras áreas de formação, desde que possuam o perfil para exercer o papel de facilitador. As inscrições podem ser feitas até o dia da capacitação pelo telefone (31) 3741-1611 e pelo e-mail da Promotoria de Justiça de Ouro Branco, pjourobranco@mpmg.mp.br. O candidato deverá informar nome completo, idade, formação técnica e telefone e e-mail de contato.
Os grupos reflexivos
Os Grupos Reflexivos para Homens Autores de Violência resultam da busca por um modelo de atuação judicial que favoreça o pleno atendimento à Lei Maria da Penha por meio de uma metodologia que visa à mudança de crenças perpetuadoras de violência contra a mulher e, por consequência, à diminuição da reincidência e de danos às mulheres, aos filhos do casal, ao próprio agente e à sociedade.
Nos GRH, trabalha-se para desnaturalizar a conduta violenta nos diversos contextos em que ela ocorre – familiar, cultural e histórico, por exemplo –, promovendo-se, dessa forma, a transformação dos padrões da masculinidade hegemônica. De acordo com a fundamentação do projeto, a maioria dos homens autores de violência contra mulheres não se responsabiliza por seus atos espontaneamente e resistem aos esforços para levá-los a expressar empatia, fragilidades e assumirem novos discursos. “Nos encontros, promovemos a prevenção da violência, por meio da construção de recursos e habilidades não-violentas no âmbito das relações interpessoais, especialmente as conjugais e familiares. O que se intenta é o rompimento do ciclo da violência, tendo em vista que a prática mostra que quando o agressor é punido somente com prisão, ou outras formas que não o levem à reflexão a respeito do delito, possivelmente ele voltará a reincidir”, aponta o projeto.
Ainda conforme a coordenação da iniciativa, a cessação dos comportamentos violentos dos homens trará, consequentemente, a segurança da mulher.
Fonte: MPMG