O Golpe da Portabilidade. A fraude cibernética impacta na vida de muitos brasileiros.
terça-feira, 18 de novembro de 2025, 14h49
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O Golpe da portabilidade.
O uso de uma identidade digital deixou de ser opcional. Pagamos contas pelo celular, conversamos com a família por aplicativos, resolvemos problemas de banco sem sair de casa, usamos o número do celular como chave pix e dependemos da linha telefônica para praticamente tudo. Nesse cenário, muitos brasileiros estão caindo no chamado golpe da portabilidade, uma fraude que pode mexer com a vida financeira de uma pessoa em questão de minutos.
Esse golpe começa de forma simples. O criminoso consegue alguns dados pessoais da vítima, algo cada vez mais fácil devido a vazamentos, cadastros feitos sem cuidado, links falsos e contatos enganosos. Depois disso, ele liga para a pessoa se passando por funcionário do banco, atendente da operadora ou até representante de algum órgão público. A conversa costuma ser muito convincente. O golpista fala com segurança, usa termos técnicos e tenta passar a ideia de que está ali apenas para ajudar, tudo isso é parte do plano.
A partir daí, começa o ataque emocional. Ele oferece vantagens irresistíveis, como redução de juros, diminuição de parcelas, plano de celular mais barato ou algum tipo de portabilidade que supostamente traria economias imediatas. Como muitas pessoas já têm contas apertadas, esse tipo de promessa soa como uma oportunidade imperdível.
Nesse momento, o criminoso pede algo que nunca deveria ser compartilhado. Ele solicita um código enviado por SMS, uma confirmação de segurança ou algum dado bancário. A vítima, acreditando que fala com um profissional legítimo, acaba entregando o que o golpista precisa para completar a fraude.
Depois disso, as consequências podem ser devastadoras. O criminoso consegue transferir a linha telefônica para outro chip, contratar empréstimos fraudulentos, alterar o destino do salário ou até acessar contas bancárias usando autenticação por SMS. Em muitos casos, a vítima só percebe o golpe quando já está sem sinal no celular ou quando encontra movimentações estranhas no banco.
Esse tipo de fraude tem crescido porque explora exatamente o ponto em que todas as pessoas são vulneráveis, a confiança, a pressa ou a falta de familiaridade com processos digitais. E, muitas vezes, o medo de parecer “desinformado” diante de alguém que se apresenta como especialista.
Os idosos, adolescentes e pessoas com pouca experiência digital estão entre os grupos mais atingidos. Isso não acontece por falta de inteligência, mas sim porque o golpe é construído de forma emocional, envolvente e extremamente profissional. Quadrilhas inteiras trabalham estruturadas, com sites falsos, roteiros prontos e até tecnologias de inteligência artificial para imitar vozes e criar mensagens perfeitas.
A proteção contra o golpe da portabilidade não depende de conhecimento técnico. Ela começa com pequenas atitudes que cabem na rotina de qualquer cidadão.A primeira delas é desconfiar de ofertas muito vantajosas. Os golpistas sabem exatamente como chamar a atenção e costumam usar benefícios exagerados para fisgar a vítima. Se parecer bom demais, vale parar e respirar antes de tomar qualquer decisão.
A segunda é nunca compartilhar códigos recebidos por SMS. Nenhum banco, operadora ou órgão público pede esse tipo de informação por telefone, WhatsApp ou mensagem. Sempre que alguém solicitar esse código, é um sinal claro de golpe.
Também é essencial encerrar a ligação caso haja qualquer desconfiança e procurar o canal oficial do banco ou da operadora. Isso evita que o criminoso continue manipulando emocionalmente a vítima.
Outra medida importante é prestar atenção às mensagens da Anatel. Se chegar um aviso sobre portabilidade de linha que você não pediu, é preciso ligar imediatamente para a operadora e bloquear a ação.
O Registrato do Banco Central também é um grande aliado, porque mostra contas, empréstimos e movimentações feitas em seu nome. Verificar periodicamente é uma forma simples e poderosa de identificar fraudes.
Por fim, vale reforçar sempre com familiares, especialmente idosos e adolescentes, que ninguém deve fornecer códigos, senhas ou dados pessoais. Uma conversa clara dentro de casa pode evitar prejuízos graves.
O golpe da portabilidade só se espalha porque utiliza uma mistura perigosa de dados vazados, manipulação psicológica e a natural falta de hábito que muitos brasileiros têm em relação ao mundo digital. Conhecer o golpe e saber como ele funciona é a forma mais eficiente de impedir que ele continue causando danos.
Informação, calma e atenção são as maiores ferramentas de defesa que qualquer cidadão pode ter. Quanto mais pessoas souberem disso, mais difícil será para os golpistas continuarem atuando.
Fiquem seguros e exerçam seus direitos de portabilidade com atenção!
Fonte: Gazeta Web.