Cibersegurança é desafio para o agro, diz especialista
quinta-feira, 13 de novembro de 2025, 14h16
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A digitalização transformou o agronegócio em um setor altamente conectado, no qual sensores, Drones e plataformas em nuvem se tornaram tão essenciais quanto as condições climáticas. Como destaca Eduardo Gomes, gerente de Cibersegurança na TÜV Rheinland, o avanço tecnológico trouxe produtividade e precisão, mas também aumentou a vulnerabilidade a ataques cibernéticos. De acordo com a Food & Ag ISAC, 44 incidentes de ransomware atingiram empresas de alimentos e agricultura no segundo trimestre de 2025, evidenciando os riscos de interrupção na cadeia global de abastecimento.
O Brasil, onde o agronegócio respondeu por 23,2% do PIB em 2024, sente essa ameaça de perto. Com a Agricultura 4.0, 45% das empresas já utilizam Internet das Coisas (IoT) e 36% empregam inteligência artificial, segundo dados da PWC. Máquinas autônomas, sensores climáticos e softwares de gestão conectados aumentam a eficiência, mas também ampliam os pontos de exposição a invasões e sequestros de dados.
Para Gomes, a cibersegurança deve ser tratada como parte do ciclo produtivo. Separar redes corporativas das operacionais, adotar autenticação multifator e manter rotinas de backup confiáveis são medidas básicas de prevenção. Também é essencial preparar-se para eventuais incidentes, com planos de resposta, simulações e adequação a normas como ISO 27001 e NIST.
Auditorias independentes e certificações de segurança fortalecem a resiliência das empresas e aumentam a confiança de parceiros e consumidores. Proteger a infraestrutura digital do agro, conclui o autor, é proteger a produtividade, a reputação e a segurança alimentar em escala global.
“A busca por resiliência deve ser validada por auditorias independentes e certificações de segurança. Essas avaliações externas não só identificam fragilidades antes que sejam exploradas, mas também aumentam a confiança de parceiros e consumidores. Em última instância, proteger a infraestrutura digital do agro é proteger a produtividade e a segurança alimentar em escala global — um passo indispensável para que o Brasil siga como potência agrícola em um mundo cada vez mais conectado”, conclui.
Fonte: Agrolink.