Hackers desviam R$ 420 milhões em ataque ao sistema Pix
terça-feira, 02 de setembro de 2025, 15h35
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Na tarde de sexta-feira (29), instituições financeiras foram alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de aproximadamente R$ 420 milhões por meio de transferências realizadas via Pix. O crime ocorreu a partir de vulnerabilidades nos sistemas da Sinqia, empresa brasileira responsável por fornecer tecnologia que conecta bancos ao Banco Central.
Segundo a própria companhia, a invasão ficou restrita ao ambiente do Pix e não comprometeu outros sistemas. Em resposta, o Banco Central (BC) desconectou a Sinqia da rede financeira nacional para impedir que a ação se espalhasse para outras instituições. A Polícia Federal já foi acionada e abriu investigação para apurar a origem e os responsáveis pelo ataque.
Valores bloqueados e instituições afetadas
Fontes ligadas às investigações informaram que o HSBC foi o principal atingido, com perdas estimadas em R$ 380 milhões, enquanto a Artta registrou um desvio de cerca de R$ 40 milhões. Apesar disso, as instituições ressaltaram que nenhuma conta de clientes foi diretamente afetada. O HSBC declarou que as transações suspeitas ocorreram exclusivamente no sistema do provedor, e que medidas imediatas foram tomadas para bloqueá-las.
O Banco Central conseguiu interceptar a maior parte dos recursos, bloqueando R$ 350 milhões dos valores desviados. A expectativa agora é recuperar o restante. A Artta, por sua vez, reforçou que os ataques atingiram apenas contas usadas para liquidação interbancária mantidas junto ao BC, sem reflexo no patrimônio de clientes.
Sinqia promete reforço na segurança
Em nota, a Sinqia informou ter acionado especialistas forenses para investigar a invasão e afirmou que “um número limitado de instituições financeiras” foi impactado. A empresa garantiu que não há indícios de vazamento de dados pessoais e destacou que está reconstruindo as plataformas comprometidas em um novo ambiente, com monitoramento reforçado e barreiras adicionais de segurança.
O ataque ocorre pouco depois de outro episódio de grandes proporções, registrado em julho, quando hackers exploraram falhas na C&M Software, desviando quase R$ 1 bilhão. Até o momento, não há confirmação de que os dois casos estejam relacionados. O Banco Central reforçou que o Pix segue operando normalmente e lembrou que melhorias nos mecanismos de devolução de valores em casos de fraude começarão a valer a partir de novembro.
Fonte: ABC DO ABC - FOCADO EM VOCÊ.