Casa Lilian realiza Roda de Conversa com Mariana Ferrer
quarta-feira, 22 de outubro de 2025, 13h38

Encontro promoveu um bate-papo com algumas mulheres atendidas pelo Centro, proporcionando um momento de reflexão, aproximação e ampliação da pauta relativa à violência sexual e seus reflexos na vida das vítimas diretas e indiretas
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Casa Lilian), realizou uma roda de conversa com Mariana Ferrer, que denunciou a violência sexual sofrida em 15 de dezembro de 2018 e teve seu caso repercutido na mídia à época. A iniciativa aconteceu nessa terça-feira, 21 de outubro, na sede da Casa Lilian.
O encontro promoveu um bate-papo com algumas mulheres atendidas pelo Centro, proporcionando um momento de reflexão, aproximação e ampliação da pauta relativa à violência sexual e seus reflexos na vida das vítimas diretas e indiretas.
O crime envolvendo Mariana Ferrer, que é atendida pela Casa Lilian, aconteceu em Santa Catarina e resultou na criação da Lei Mariana Ferrer (Lei nº 14.245/2021), que visa garantir a proteção de vítimas de crimes sexuais e testemunhas durante julgamentos, proibindo que sejam expostas a humilhações e intimidações.
A apuração do crime ocorreu em Santa Catarina e ainda não teve julgamento definitivo.

“Durante seis anos eu achava que eu era a culpada. Minha vida virou um looping, assim como a da minha mãe. Passei a me tatuar porque a dor física é melhor que a psicológica. Eu só passei a viver quando eu conheci a Casa Lilian. Hoje eu estou de cabeça erguida”, relatou uma vítima que participou da roda de conversa.
A coordenadora da Casa Lilian, promotora de Justiça Ana Tereza Giacomini comentou sobre a relevância do evento. “É uma oportunidade trocar experiências, formar redes de apoio, e se reconhecerem nas diferentes falas. Ao mesmo tempo, também é uma oportunidade de ter contato com aquilo que elas esperam do sistema de justiça, dos serviços públicos para pautar o nosso trabalho”.
Ao longo do bate-papo, Mariana também encorajou sobre a importância do enfrentamento. “A gente precisa entender que a exposição do crime é importante, que é assim que vamos ficar protegidas e proteger outras vítimas”.
Outro ponto destacado foi sobre a importância do acolhimento e entendimento dentro do ambiente familiar. “As famílias precisam ter consciência de que é preciso acolher a vítima, sem questionar”, frisou Mariana.
A Casa Lilian também atende vítimas de outros tipos de crimes, como os crimes contra a vida, homicídio e feminicídio, racismo e outros crimes de ódio como LGBTfobia, intolerância religiosa e outras formas de discriminação.
A sede está localizada na Rua Conde de Linhares, 403, Cidade Jardim e o contato pode ser feito no telefone (31) 3313-1726 ou e-mail casalilian@mpmg.mp.br.
Fonte: MPMG