Instituto Ação Pela Paz lança livro que celebra 10 anos de atuação no sistema prisional brasileiro

Instituto Ação Pela Paz lança livro que celebra 10 anos de atuação no sistema prisional brasileiro

"O Instituto Ação Pela Paz e o Sistema Prisional: 10 anos de perseveranças e conquistas" foi lançado no dia 18 de novembro em São Paulo. A publicação marca uma década de atuação da organização na promoção de políticas, práticas e metodologias voltadas à reintegração social de pessoas privadas de liberdade e egressas do sistema prisional.

Organizado por Solange Rosalem Senese, Marcos Ferreira Silva e Railander Quintão de Figueiredo e editado pela Giostri, o livro reúne – em mais de 380 páginas – 16 artigos escritos por especialistas, pesquisadores, gestores públicos e profissionais do sistema de justiça e de organizações da sociedade civil. Os textos apresentam análises, resultados e relatos de experiências que demonstram, na prática, como iniciativas qualificadas de educação, apoio psicossocial, justiça restaurativa e formação profissional podem transformar trajetórias individuais e fortalecer a segurança pública.

Segundo dados apresentados na obra, mais de 80% das pessoas que participam das iniciativas do Instituto em São Paulo não retornam ao sistema prisional – um indicador que reafirma o impacto social da abordagem adotada pela organização, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) por meio do Programa SEMEAR (Sistema Estadual de Métodos para Execução Penal e Adaptação Social do Recuperando).

A primeira tiragem foi distribuída para parceiros da orgnização e não há previsão de venda, mas em breve o livro será lançado virtualmente com acesso gratuito.

Uma década de aprendizados, práticas e impacto social

A publicação traz contribuições que abrangem temas essenciais para o campo da execução penal, como:

• metodologias de educação integral e ensino superior para mulheres privadas de liberdade;

• perspectivas da psicologia sobre autonomia, saúde mental e reconstrução de identidade;

• análises sobre políticas públicas voltadas a egressos;

• práticas de justiça restaurativa em unidades prisionais;

• inclusão produtiva, empreendedorismo e apoio financeiro;

• estudos sobre gênero, vulnerabilidade e desigualdade no sistema prisional;

• experiências de leitura para remição e fortalecimento sociocultural;

• inovação na gestão penal e tecnologias aplicadas à execução penal.

O livro também evidencia a importância da articulação entre poder público e sociedade civil, destacando o papel de servidores penitenciários, magistrados, promotores, defensores, educadores e voluntários que contribuem diariamente para a superação da reincidência criminal no Brasil.

Uma obra inspiradora para gestores, operadores do direito e pesquisadores

Em seu prefácio, o idealizador e cofundador do Instituto, Jayme Brasil Garfinkel, reforça que o trabalho pela humanização do sistema de justiça criminal é uma responsabilidade compartilhada: “Quando diferentes setores se unem em torno de um propósito comum, os resultados são duradouros e transformadores.”

A diretora-executiva e cofundadora do Instituto, Solange Rosalem Senese, destaca que a obra foi pensada para inspirar novas iniciativas: “Que este livro seja um farol de esperança, um manual de possibilidades e um convite à ação para todos que desejam ver uma sociedade mais justa e segura.”

Autores

A obra destaca a força coletiva de seus autores, entre eles Camila Lopes Felizardo, Katherine de Almeida Martins, Renata de Oliveira Costa, Ana Lúcia F. de S. Vasconcelos, Alessandra Zago Dahmer, Berenice Carpigiani, Bruna Angotti, Denise Cristine Paiero, Fanny Feigenson Grinfeld, Maria Elisa Pereira Lopes, Nelson Destro Fragoso, Mauricio Cardenete, Lizandra Cericato, Jorge Broide, Elaine Catarina Cesarino Passos, Karine Andréa Dias Vieira da Silva, Carolina Passos Branquinho Maracajá, Maria Aparecida Gobato Lopes Castro, Gustavo Martineli Massola, Solange de Borba Reimberg, Cleide Coelho da Silva Santos, Adriana Martins Gomes, Gustavo Moreira, Ernane Barbosa Neves, Maria Aparecida Mendes de Resende, Heberth Paulo de Souza, Juraci Antonio de Oliveira, Yara Nóbrega Toscano, Marcos Ferreira Silva, Maria Solange Rosalem Senese e Railander Quintão de Figueiredo — profissionais oriundos de áreas como psicologia, direito, assistência social, pesquisa acadêmica, jornalismo, gestão prisional, educação e políticas públicas. Juntos, seus olhares especializados e suas experiências práticas compõem uma obra plural que revela, em profundidade, os desafios e as possibilidades da reintegração social no Brasil, reforçando o papel transformador da atuação intersetorial no sistema de justiça criminal.

Fonte: Instituto Ação Pela Paz