Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

TJMS: Dia das Crianças: Deficiência não é obstáculo para o convívio e o amor

terça-feira, 13 de outubro de 2020, 10h10


 

Neste dia 12 de outubro se comemorou o Dia das Crianças. Um dia especial, que o Tribunal de Justiça quer dedicar às Crianças com deficiência. A iniciativa, realizada conjuntamente com a Comissão de Acessibilidade e Inclusão e a Coordenadoria da Infância e da Juventude, visa valorizar as crianças que tem algum tipo de deficiência, contando um pouco de sua história para que a sociedade se torne cada vez mais inclusiva. As histórias estarão também nas redes sociais do TJMS.
 

Entre as histórias e vidas selecionadas estão a de magistrados e servidores do Poder Judiciário de MS que tem algum filho com deficiência. Entre os entrevistados todos têm filhos com a síndrome de Down, aquela em que a pessoa tem um cromossomo a mais. O que ficou registrado é o amor e o carinho mútuo deste laço entre pessoas, que não se apagam jamais.

 

O juiz Valter Tadeu Carvalho, da 1ª Vara Cível e Criminal de Terenos, tem dois filhos, Maria Valentina e José Victor. Sua filha nasceu com a síndrome de Down e teve que realizar diversas cirurgias cardíacas (uma das características da síndrome). “Ter uma filha com síndrome de Down traz, no início, uma grande apreensão, diante do desconhecido”, disse o magistrado.
 

Mas a superação parece ser a característica destas crianças. Ainda segundo o juiz, sua filha irradia pureza e amor. “A minha filha para mim é tudo. É sinônimo de luta e de garra, diante de todas estas dificuldades que enfrenta desde que nasceu”, disse, acrescentando que neste Dia das Crianças o que se espera é que ela tenha uma inclusão social. Uma vida socialmente ativa, com estudo, trabalho e convívio com as pessoas.
 

E o grande desafio é a inclusão, como conta o servidor Leonardo Soares Seefelder, da comarca de Dourados. Pai de João Marcos, Leonardo explica que ficou sabendo que o filho tinha a síndrome desde o pré-natal da esposa, o que proporcionou buscar informações para, desde os primeiros dias de vida do filho, fazer os tratamentos e terapias.
 

O servidor comenta que antigamente as pessoas com deficiência eram deixadas de lado na sociedade, iam para escolas especiais e conviviam, quase exclusivamente, com pessoas com deficiência.
 

“As pessoas tratavam como uma bolha, ou seja, deixá-las separadas das outras. Hoje as crianças com síndrome de Down têm que fazer o que as outras crianças fazem, estudar na mesma escola, enfim, viver com as outras crianças”, falou Leonardo, contando que “meu filho, como criança, terá uma infância saudável como qualquer outra, independente da síndrome”.
 

Leonardo lembrou ainda dos desafios de ter uma criança com deficiência. “A criança sem deficiência requer os seus cuidados desde o início, mas nós temos que fazer todo um acompanhamento multidisciplinar com especialidades médicas, devido às condições físicas do meu filho. Além das terapias como a fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e a equoterapia, que não consigo ainda fazer com ele”, disse.

 

Para os homens, a responsabilidade e o trabalho aumentam, mas para as mães os cuidados e as tarefas, com certeza, são maiores.
 

A juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da 1ª Vara Cível de Sidrolândia, trabalha remotamente de Campo Grande para poder se dedicar melhor ao seu filho Rodrigo, também com síndrome de Down. Ela conta que a descoberta não foi no durante o pré-natal, mas logo depois do parto.
 

“Claro que o susto foi grande, mas na mesma hora eu e meu marido o acolhemos com o mesmo amor. E ali mesmo, dentro da maternidade, eu firmei o compromisso de que ele seria muito feliz e que tudo que estivesse ao meu alcance eu e minha família faríamos por ele”, disse a magistrada, que tem outra filha mais velha.
 

A juíza disse que, como mãe de duas crianças, uma com síndrome de Down, neste Dia das Crianças estende o desejo a todas as outras, que elas possam brincar e imaginar um mundo da cor que elas colorirem. Sem discriminação de qualquer natureza.
 

“Para mim, comemorar o Dia das Crianças é reafirmar os votos de proteção integral dos direitos que lhe são garantidos. Todas as crianças têm um olhar, um sorriso, uma energia, sentimento de pureza e inocência da mesma maneira. Todas são iguais. Não há diferença na necessidade de serem educadas, respeitadas, amadas e incluídas na mesma maneira”, desejou a juíza.
 

Outra mãe que tem dedicação e amor integral a sua filha é Lívia Fernanda Filippin Regiori, servidora do Fórum de Campo Grande. Sua filha Isabelle, hoje com 1 ano e 3 meses, começou a frequentar uma escola regular junto com as outras crianças.
 

Lívia conta que, para todos, a gestação e a espera por um filho é idealizada. “Todo mundo idealiza uma gestação e o nascimento de um filho perfeito, sem nenhuma deficiência física ou intelectual. Mas hoje eu sou muito feliz com a Isabelle e ela me traz muitas alegrias. Só tenho que agradecer a Deus por ter me enviado ela”.
 

Ela conta que também teve direito a uma licença especial, deferida pelo Tribunal de Justiça, para poder acompanhar o tratamento de sua filha. Ela destaca que a vinda de um filho muda completamente a rotina da família, principalmente da mulher.

 

“Para uma mãe de uma criança especial o trabalho é muito maior. O cuidado começa desde o nascimento, levando a uma série de profissionais de diversas especialidades médicas, além das terapias que precisam serem feitas. E, por ser mulher, temos ainda trabalho doméstico e eu tenho meu trabalho no fórum”, conta.
 

A sua preocupação, hoje, também é por um mundo inclusivo. “A minha expectativa para a Isabelle, neste Dia das Crianças, é que ela seja feliz e se sinta acolhida pelas outras crianças e pela sociedade. Que enxerguem nela uma pessoa capaz e não olhando apenas a síndrome como uma coisa limitadora. Que ela viva numa sociedade inclusiva e que enxergue as pessoas muito além de suas deficiências”, finaliza.
 

Mais – A Comissão de Acessibilidade e Inclusão no âmbito do Poder Judiciário de MS é o órgão que, sob a coordenação do juiz auxiliar da Presidência, Alexandre Branco Pucci, tornou-se o responsável por promover diversas ações visando garantir o melhor aproveitamento das potencialidades de servidores e colaboradores com deficiência.
 

Neste mês das Crianças, junto com a Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJMS, coordenada pela Desa. Elizabete Anache, dará destaque a histórias e exemplos de famílias comuns, mas que tenham uma criança mais que especial. Que merece todas as oportunidades e direitos das outras crianças.
 

Por isso acompanhe as redes sociais do TJMS e os conteúdos do Portal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.




fonte: TJMS


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