Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

CAPACITAÇÃO

Escolas com alto índice de violência participam de curso de Mediação Escolar

por ANA LUÍZA ANACHE

terça-feira, 28 de maio de 2019, 16h45

Vinte e três profissionais da educação de Cuiabá e Várzea Grande que atuam em escolas públicas estaduais foram selecionados para a segunda turma do curso de Mediação Escolar. As aulas teóricas ocorrem na sede das Promotorias da Capital, até 7 de junho. O objetivo do curso é qualificar professores, coordenadores e diretores a usar técnicas de mediação para solucionar conflitos como indisciplina, violência e intolerância nas unidades de ensino. A iniciativa é uma parceria do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) com o Poder Judiciário e Secretaria de Estado de Educação (Seduc). 

A primeira turma de mediadores escolares foi capacitada em novembro do ano passado. O promotor de Justiça Miguel Slhessarenko Junior, do Núcleo de Defesa da Cidadania, explica que o diferencial do novo grupo está na triagem dos participantes. “Selecionamos  profissionais de escolas que têm altos índices de violência para tentar uma intervenção direta nessas unidades. Pretendemos melhorar esse quadro com a capacitação”, contou, reforçando que a mediação escolar é uma alternativa para resolver o problema da violência. Conforme o promotor, a escola deve ser um ambiente de formação de cidadania e não um universo de hostilidade e violência. 

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, acompanhou a aula desta terça-feira (28 de maio) e destacou a importância da atividade. “Promover a mediação escolar, especialmente nas unidades com mais problemas, é atuarmos de forma preventiva. Além disso, é uma maneira de promovermos uma cultura de paz na comunidade escolar”, ressaltou. De acordo com o chefe do MPMT, que atuou por anos na área da infância e juventude, é preciso diferenciar indisciplina de ato infracional. “Não há necessidade de chamar o Conselho Tutelar e nem judicializar uma questão de mera indisciplina. A indisciplina tem que ser resolvida dentro da escola, e o melhor caminho é a mediação”, avaliou. 

A líder do Núcleo de Projetos Educacionais da Seduc, Patrícia Carvalho, defende que a capacitação refletirá no melhor atendimento à comunidade. “Não temos números precisos dessa realidade de violência, mas percebemos por meio de noticiários e pesquisas isoladas que precisamos trabalhar por uma sociedade melhor”, disse. O curso é dividido em 40 horas-aula de teoria e 80 horas-aula de prática. Os profissionais são orientados a estimular o diálogo entre as partes e promover o consenso para resolver pacificamente desavenças entre alunos, entre professores e entre alunos e professores. 

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