Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Leverger suspende transporte para esvaziar reunião ?O que você tem a ver com a corrupção??

segunda-feira, 06 de outubro de 2008, 00h00

Após a divulgação da realização da reunião do Ministério Público do Estado na noite de sexta-feira (03), professores e alunos da escola Dr. Hermes Rodrigues de Alcântara em Santo Antônio de Leverger ficaram constrangidos com a suspensão do transporte escolar, o que impossibilitou a maioria da comunidade de participar das discussões de ‘O que você tem a ver com a corrupção?’ e Diga não à corrupção eleitoral. Gilmar Brunetto membro do MCCE disse que isso é contra os princípios democráticos diante da importância dos alunos discutirem questões referentes à corrupção eleitoral. 'A campanha do MP chegou para ficar, nós precisamos voltar a Leverger', diz.

Contudo, os promotores de Justiça do Ministério Público Julieta Nascimento Souza (Leverger) e Célio Fúrio, coordenador estadual da campanha ‘O que você tem a ver com a corrupção?’ resolveram ficam pé e realizar a reunião, afinal é um trabalho de conscientização. Felizmente, aos poucos algumas dezenas de alunos conseguiram chegar a tempo de manifestar sua indignação com esse desrespeito.

Visivelmente decepcionada, a moradora Deise do Espírito Santos, aposentada, pediu maior presença dos poderes na cidade, promovendo outros debates, pois está cansada de lutar sozinha. ‘Já fui até ameaçada de morte por participar desde a criação do MCCE. Sofri muita pressão na cidade’, desabafou. Ela entende que se os órgãos públicos, entidades, entre outros levarem outras discussões para Leverger certamente promoverão melhorias no município.

Julieta Nascimento enfatizou que é com sacrifício que se consegue vitória. ‘É importante que os munícipes ajudem o Ministério Público a fiscalizar’, disse. 

A professora Valdete Arruda também disse que a abertura ao debate de temas importantes da comunidade é o caminho para crescimento intelectual da população. ‘Tenho certeza que as crianças e adolescentes vão entrar na luta com o MP’, aposta ela. 

O professor Jefferson Ribeiro também reivindicou novos debates no município. ‘Sinto muita dificuldade de vencer o isolamento. Aqui quase não tem sindicato, o que se ouve é que a compra de votos está na ordem de R$ 30,00 a R$ 50,00 em Cuiabá. Não me conformo com a naturalidade das pessoas diante disso’, indigna-se Jefferson. 

‘Sem dúvida o melhor é nos agruparmos em torno de um ideal’, opinou Célio Fúrio, acrescentando que lutar sozinho faz a pessoa ficar estigmatizada. Lembrou que objetivo do trabalho é formar futuras gerações comprometidas com a ética, melhorar as instituições, os profissionais e incrementar a participação social.

Apesar do boicote de Leverger, o resultado das urnas mostra que os cidadãos estão mais conscientes e denunciaram em massa os crimes eleitorais. De acordo com o comando da Polícia Militar 73 pessoas foram detidas em Mato Grosso até as 12h30 deste domingo (5). Em Cuiabá foram 17 detenções. A maioria das ocorrências registradas pela PM são referentes à de boca de urna. Sinop e Alta Floresta foram registradas uma ocorrência em cada município por transporte irregular de eleitores. Informações do TRE-MT revelam que um candidato foi preso em Reserva de Cabaçal por boca de urna e arregimentação de eleitores. Pelo mesmo motivo foram registradas mais três ocorrências, foram registradas em Juara, Primavera do Leste e Tapurah.

             Outro candidato foi preso em Araputanga pela divulgação de propaganda. Em Alta Floresta duas pessoas foram presas transportando eleitores de forma irregular. Ainda segundo o TER, três ocorrências por compra de voto foram registradas, sem prisões, no município de Cáceres. Presente ao encontro, Gilmar Brunetto (MCCE) busca assinaturas para a 2ª campanha de lei de iniciativa popular para impedir que políticos ficha suja sejam eleitos.

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