'Jericos' transportam boa parte da economia de Guarantã do Norte
quarta-feira, 01 de agosto de 2007, 00h00
As geringonças são desajeitadas e estão por todos os lados: feira livre, comércio, agropecuária e especialmente nas mecânicas. 'É difícil um fazendeiro que não tenha um carro estilo 'jerico', também conhecido como 'paco-paco', diz, o presidente da comissão organizadora dos jeriqueiros da região, Waldemar Kerckhof.
Ele avalia que no município há cerca de 400 jericos circulando em todos os setores da economia e explica a preferência: 'a maior vantagem é a economia, pois funciona a diesel e chega a fazer até 30 km com um litro do combustível', destaca Waldemar. Soma-se a isso o fato de não haver pagamento dos impostos, emplacamento, entre outros.
Para funcionar, usam motores de S-10, pick up, fusca e até os utilizados para extração nos garimpos.
Entretanto, reconhecem que essa situação não vai perdurar por muito tempo. 'Se for aplicar tudo como manda a lei, os jericos não iriam circular em hipótese alguma', admite. Sabem que esses arranjos de carros atenderam uma necessidade do passado, mas para o futuro todos têm de se adequar, para evitar acidentes. 'Há estradas tão ruins que para a gente circular só de jericos', avisam.
Numa ação conjunta, o Ministério Público Estadual, por meio do promotor da comarca, Milton Mattos da Silveira Neto, realizou uma audiência pública para disciplinar o uso do transporte alternativo. Os jeriqueiros também estão participando de palestras com representantes da Ciretran, Polícia Civil, Militar e Prefeitura.
'Temos seis meses para nos adequar, concordamos que é importante ter seguro, cinto de segurança, espelho retrovisor, entre outros itens necessários para reduzir índice de acidentes de trânsito'
Frisou o promotor de Justiça que o abandono da prática do 'jerico' será algo gradual, devendo, primeiramente, haver uma mudança cultural, até porque o próprio desenvolvimento econômico da região, bem como o aumento do tráfego nas estradas, que vem sendo asfaltadas levará a extinção dos 'jericos', por isso a primeira ação do Ministério Público será adequar os carros artesanais aos itens básicos de segurança.
Assessoria de Imprensa do MPE
Cecília Gonçalves
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