Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Pastor é preso por venda de diplomas falsos

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007, 00h00

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) prendeu na tarde de hoje em Cuiabá o pastor da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Eliezer Martins. De acordo com o mandado de prisão o pastor estaria vendendo diplomas falsos de 1º e 2º graus em várias cidades de Mato Grosso cobrando valores que variavam de R$700,00 a R$800,00.

A investigação que teve início no ano passado foi requisitada pela Promotoria da cidade de Cláudia (608 Km de Cuiabá) e contou com o apoio do Gaeco.

Na casa do pastor foram apreendidos vários documentos, entre eles avaliações em branco, cerca de 50 cheques preenchidos, requerimentos de matrícula em branco e preenchidas por diversas pessoas com cópias de documentos pessoais, fotografias três por quatro, atestados de escolaridade, certificados de conclusão, e o diploma de pastor evangélico que pertence a Eliezer.

Os endereços que constam nos documentos mostram que o pastor agia em várias cidades do Estado, entre elas Cláudia, Barra do Garças, Sinop, Pontes e Lacerda, Terra Nova do Norte, Nova Canaã do Norte, Novo Mundo, Paranatinga, Itaúba, Rondonópolis e outras.

De acordo com as investigações, Eliezer é suspeito de fazer o levantamento dos interessados em adquirir o diploma por intermédio de pastores e fiéis da igreja evangélica da Assembléia de Deus localizadas no interior de Mato Grosso. O grupo agia de forma a levar as vítimas a crer que os documentos tinham validade e eram reconhecidos pelo Ministério da Educação.

O promotor de Justiça, Paulo César Dancieri Filho, responsável pelo caso afirma que após ter recebido as denúncias e cópias dos diplomas na Promotoria de Justiça consultou a Secretaria Estadual de Educação do Estado de Mato Grosso, tendo obtido deste órgão a confirmação de que tais papéis não possuem qualquer validade no Estado.

Além de ser suspeito de praticar crime de falsidade ideológica Eliezer Martins é investigado por estelionato e por fornecer documentos com conteúdo falso sem qualquer validade. A pena máxima para cada um dos crimes é de cinco anos de reclusão.

A diligência de hoje que contou com o acompanhamento de dois promotores teve na fase de investigação a colaboração de outros membros e agentes do Ministério Público Estadual.

O pastor foi encaminhado para o Presídio Ferrugem na cidade de Sinop e o material apreendido ao juízo da cidade de Cláudia.

As investigações prosseguirão sob o acompanhamento da Polícia Civil daquele Município, conforme determinação do promotor de Justiça Paulo Dancieri., que fez incluir em sua requisição o indiciamento de outras pessoas; sendo elas um Pastor da Igreja Assembléia de Deus da região de Coqueiral-MT, de uma conselheira Tutelar de Cláudia, também fiel à Igreja, e do proprietário do Colégio Joan Miró, localizado na cidade de Niterói-RJ.

'A medida se justifica, porque em todos os diplomas expedidos pelo Colégio Joan Miró, consta expressamente a assinatura do referido proprietário atestando que os 'adquirentes' dos diplomas haviam completado regularmente os estudos, estando aptos a receber tal grau de escolaridade', afirma o promotor.

Por fim, noticia o promotor de Justiça que há indícios que fraudes como esta, inclusive envolvendo o referido estabelecimento, estão sendo aplicadas em vários estados do país.

'É importante que as pessoas que tenham adquirido tais diplomas, ou mesmo que tenham certificados com conteúdo suspeito, procurem a Secretaria Estadual de Educação ou o Ministério Público do local onde residem para que sejam cientificadas se possuem de fato um diploma ou um mero pedaço de papel, sem qualquer validade', arremata Dancieri.

Assessoria de Imprensa MPE

Cristina Gomes

065- 3613 5146 /// 065 9983 5935

 

 

 

 

 

Compartilhe nas redes sociais
facebook twitter
topo