Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Chuvas deixam rodovias em caos

terça-feira, 14 de novembro de 2006, 00h00

Andréia Fontes

A Gazeta

O início das chuvas começa a preocupar os municípios do interior quanto à situação das estradas. Em uma tentativa de amenizar o problema que afetou principalmente a região norte e noroeste, em anos anteriores, o promotor de Cotriguaçu (962 km de Cuiabá), Márcio Florestan, já pensa em ingressar com uma medida pedindo ao governo do Estado que faça um patrolamento das rodovias e manutenção das pontes de madeiras, no trecho da BR-174 que liga Juína à Castanheira, e na MT-170 entre Castanheira e Cotriguaçu.    Clique na foto

O promotor ressalta que tem acompanhado a realidade orçamentária do Estado e entende as limitações, mas enfatiza que é necessário que se realizem pelo menos ações com o objetivo de evitar que nos meses de fevereiro e março as cidades da região voltem a ficar praticamente isoladas e que se faça necessária a decretação, novamente, de estado de emergência.

A ação que o promotor deve propor é de ação civil pública com obrigação de fazer. "Existe um mínimo indispensável que é possível exigir do Estado. Não pode é deixar as estradas chegarem ao ponto de intrafegáveis", ressalta Márcio Florestan.

Entre Cuiabá e Cotriguaçu, dos 962 km, 380 km ainda são de estrada de terra. Segundo o promotor, o pior trecho está entre Castanheira e Juruena. Ele lembra que, para viajar de Cuiabá até Cotriguaçu, ou Colniza, em período de chuva, gastam-se 3 dias.

A situação das estradas acaba agravando a vida da população, em sua maioria carente. O promotor lembra que os produtos chegam muito mais caros até os municípios do Noroeste, tendo em vista o valor do frete, que é muito alto. O litro de gasolina, por exemplo, custa hoje R$ 3,24 em Cotriguaçu, R$ 0,30 a mais do que em Cuiabá. Já o óleo diesel está R$ 2,40, enquanto na Capital custa, em média, R$ 2,05.

Os valores de produtos da cesta básica também são bem acima dos praticados em Cuiabá, assim como de remédios. Entre outros exemplos citados pelo promotor chamam a atenção, por exemplo, o preço de 5 kg de arroz de primeira, que custa R$ 11,10 no noroeste, enquanto nos mercados da Capital é possível pagar uma média de R$ 5,80. Um litro de leite integral custa R$ 1,20 aqui, contra R$ 2,75 de lá. O óleo de soja é outro produto da cesta básica que mostra a diferença. Enquanto os cuiabanos pagam uma média de R$ 1,60, em Cotriguaçu é R$ 2,10. "E os preços acabam subindo ainda mais no período de chuva", enfatiza Florestan, demonstrando preocupação.

Outro lado - A Secretaria de Estado de Infra-Estrutura (Sinfra) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que mantém termos de cooperação com as prefeituras dos municípios citados e associações. Afirma que as prefeituras foram contempladas pelo Programa Pró-reforma, que visa recuperar o maquinário dos municípios, a ser utilizado na conservação das rodovias. Além de melhorar a MT-170, essas ações também são realizadas em outras rodovias da região, como a MT-208 e a MT-420, segundo a Sinfra.

A assessoria ainda ressaltou que para o período de chuvas, a Sinfra está em alerta para atender os pontos críticos com patrulhas rodoviárias.(141106)

 

 

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