TAPURAH
Júri condena líder de facção a 20 anos por homicídio qualificado

por ANA LUÍZA ANACHE
terça-feira, 22 de julho de 2025, 14h34
O Tribunal do Júri da comarca de Tapurah (a 389 km de Cuiabá) condenou, nesta segunda-feira (21), o réu Tiago Telles a 20 anos de reclusão pelo homicídio qualificado de Billy Mateus Carvalho de Faria. O Conselho de Sentença acolheu a tese do Ministério Público de Mato Grosso e reconheceu que o crime foi cometido por motivo torpe e mediante emboscada, bem como que o réu organizou, à distância, todo o homicídio e controlou a ação dos demais assassinos.
A investigação, que contou com apoio de provas compartilhadas pela "Operação Dissidência", da comarca de Sorriso, revelou que Tiago Telles, mesmo preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), coordenou o assassinato por meio de mensagens de celular, em parceria com Robson Júnior Jardim dos Santos, também líder da facção em Tapurah e região. A vítima foi atraída para uma emboscada sob o pretexto de receber drogas para revenda e executada com quatro tiros.
Billy Mateus foi morto em maio de 2022, às margens da Rodovia MT 338. Conforme a denúncia do Ministério Público, assinada pelo promotor de Justiça Marlon Pereira Rodrigues, o crime foi praticado por razões torpes, como o envolvimento da vítima com uma ex-companheira de outro faccionado e a prática de “cabritagem”, termo usado para a venda de drogas sem autorização da facção.
“A sentença do júri é uma demonstração clara de que o povo de Tapurah, representado pelos jurados, mantém tolerância zero ao crime organizado. A justiça foi feita graças ao trabalho incansável da Polícia Civil e da Promotoria local. A condenação do réu representa um marco no combate ao crime organizado na região e reforça o compromisso das instituições com a proteção da sociedade”, afirmou o promotor de Justiça.
Robson Júnior Jardim dos Santos foi julgado pelo Tribunal do Júri em agosto de 2024 e também condenado por homicídio qualificado a 32 anos, um mês e 25 dias de reclusão.
GAEJúri – A sessão de julgamento em Tapurah contou com apoio do Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri), instituído em maio deste ano pelo procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Rodrigo Fonseca Costa, como uma unidade temporária de atuação criminal em primeiro grau, voltada ao fortalecimento e ao auxílio dos órgãos de execução de todo o estado nos julgamentos perante o Tribunal do Júri.
Cabe ao GAEJúri prestar apoio aos órgãos de execução do MPMT nos julgamentos realizados pelo Tribunal do Júri em casos de maior complexidade, relevância social ou grande repercussão; em locais onde houver elevado número de sessões do Tribunal do Júri agendadas para um curto período - como mutirões e projetos especiais instituídos pelo Poder Judiciário ou pelo MPMT; e quando houver colisão de pautas entre sessões do Tribunal do Júri e outros atos inerentes às atividades regulares da unidade ministerial que não possam ser adiados.
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