Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

DIÁRIO DE CUIABÁ

Dinheiro foi desviado para campanhas de Lúdio Cabral

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017, 09h32

Da Reportagem

Parte do dinheiro desviado através do esquema criminoso desbaratado durante a 5ª fase da Operação Sodoma teria sido destinada para bancar as campanhas eleitorais do ex-vereador Lúdio Cabral (PT) a Prefeitura de Cuiabá, em 2012, e ao Governo do Estado, no ano de 2014.

O Ministério Público Estadual (MPE) e a Delegacia Fazendária (Defaz) afirmam que ao menos R$ 1,7 milhão da propina arrecadada nas fraudes envolvendo o Auto Posto Marmeleiro Ltda. foi usado para pagar dívidas da campanha do petista de 2012, quando disputou o comando do Palácio Alencastro.

Na eleição de 2012, o advogado Francisco Faiad disputava o cargo de vice- prefeito na chapa encabeçada pelo petista. Após saírem derrotados da campanha municipal, o jurista assumiu o comando da Secretaria de Administração do Estado.

Conforme o Ministério Público, uma de suas missões à frente da Pasta era arrecadar recursos para quitar os débitos decorrentes da campanha. As empresas Marmeleiro e Saga Comércio e Serviço de Tecnologia e Informática Ltda. foram utilizadas neste esquema.

Elas teriam vencido uma série de licitações junto ao governo do Estado durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) pagando propina no valor de R$ 5,1 milhões.

“No período em que Francisco Faiad integrou a organização criminosa, o noticiado desvio de dinheiro público teve o seguinte destino: 1 — R$ 1.700.000,00 promoveu o pagamento de dívida de campanha eleitoral do ano de 2012 na qual ele, Francisco Faiad, e Lúdio Frank Mendes Cabral concorriam ao cargo de vice-prefeito e prefeito, respectivamente, junto à própria empresa Marmeleiro no período de fevereiro a agosto de 2013”, diz trecho do pedido formulado pelo MPE.

O órgão fiscalizador ainda afirma que o montante em questão foi usado para pagar o próprio Posto Marmeleiro, que teria prestado serviços à campanha do petista. Além deste valor, Faiad ainda arrecadou R$ 916 mil, o qual teria sido utilizado para formar uma reserva a ser utilizada pelo grupo de Silval em 2014. Naquele ano, Faiad disputou a eleição para deputado estadual e Lúdio, para governador. Ambos foram derrotados.

“No período de setembro a novembro de 2013, o recurso foi destinado à formação de um caixa da futura campanha eleitoral do grupo político de Silval Barbosa no ano de 2014, grupo ao qual pertencia o investigado Francisco Anis Faiad, tanto que concorreu ao cargo de deputado estadual”, enfatizou o MPE.

Além de Faiad, a juíza Selma Rosane de Arruda também decretou a prisão preventiva do ex-secretário-adjunto da Setpu, Valdisio Juliano Viriato; do ex-governador Silval da Cunha Barbosa; do ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Cesar Corrêa Araújo; e do ex-secretário- adjunto de Administração, José de Jesus Nunes Cordeiro.(KA)

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